Abertura de Câmbio

Câmbio abre a quinta em suave alta, cotado ao redor de R$ 5,20
 
Leonel Oliveira Mattos
Alan Lima
Vitor Andrioli
Dólar reflete ataques contínuos do governo ao BC

O par real/dólar alternava entre perdas e ganhos nas primeiras operações desta quinta-feira (09). No momento da publicação deste texto, ele era negociado ao redor de R$ 5,20, variação de +0,2% ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 103,0 pontos, recuo de 0,4% em relação ao fechamento de quarta-feira. O mercado de divisas repercute a ampliação dos ataques ao Banco Central (BC) e ao seu presidente, Roberto Campos Neto, agora por parlamentares da base aliada do governo federal, como Luciano Bivar, presidente do União Brasil, e Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara dos Deputados. Em meio ao tensionamento das relações pelo Planalto com o BC, seu diretor de Política Monetária, Bruno Serra Fernandes, defendeu a autonomia do Banco Central como fundamental para a credibilidade da instituição e sua capacidade de executar seus objetivos. Na agenda do dia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, às 09h00min, e as vendas do varejo de janeiro, às 09h00min, e o Departamento do Trabalho americano atualiza os pedidos semanais de auxílio-desemprego no país, às 10h30min.

Ampliação dos ataques O dólar negociado no mercado interbancário oscilava ao redor da marca de fechamento à medida que os ataques do governo federal ao Banco Central se ampliam. Após uma barragem de críticas feitas pelo presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, nas últimas semanas, à independência da autarquia, ao patamar da taxa básica de juros (Selic) e às metas atuais de inflação, a base aliada no Congresso começa a ressoar as mesmas censuras. O líder do PSD no Senado, senador Otto Alencar (PSD-BA), afirmou que pretende convidar Campos Neto para “debater a questão dos juros” na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado após o carnaval. Já o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), defendeu a convocação do presidente do BC ao Congresso para “explicar o inexplicável, que é este patamar de juros”. Luciano Bivar, presidente do União Brasil, por sua vez, declarou que “é natural que a Câmara, o governo, através de suas lideranças, ouça o Campos Neto sobre juros”.

Defesas ao BC Após críticas de Lula e de sua base de apoio, o diretor de política monetária do Banco Central, Bruno Serra Fernandes, saiu em defesa da conduta da instituição, afirmando que a taxa de juros permaneceu num patamar elevado pela deterioração das expectativas dos investidores e será reduzida quando a conjuntura macroeconômica permitir. Em entrevista, Bruno, que já está no final de seu mandato, relembrou que a diretoria que manteve a Selic a 13,75% a.a. na última decisão foi a mesma responsável pela taxa de 2% a.a. observada em 2020, além de ter reforçado a importância da lei que a instituiu a independência da autarquia para ampliar sua credibilidade e garantir menor volatilidade aos ativos. Em consonância com o discurso do diretor, mas adotando um tom conciliatório, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, defendeu a autonomia da instituição por seu forte caráter técnico, propondo maior cooperação entre Roberto Campos Neto e Lula.

IPCA de janeiro A trajetória de suavização dos preços, pelo menos, parece seguir seu curso, após o IPCA de janeiro registrar aumento de 0,53% no mês de janeiro, levemente abaixo da mediana das estimativas, que apontava crescimento de 0,56% no período. No acumulado em 12 meses, o IPCA pouco variou, de 5,79% em dezembro para 5,77% em janeiro.
 

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS

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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.
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