A taxa de câmbio apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta segunda-feira (13). No momento da publicação deste texto, ela era negociada ao redor de R$ 5,20, recuo de 0,4% em relação ao fechamento de sexta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 103,5 pontos, praticamente estável ante à véspera. O mercado de divisas se mantém atento à relação entre o Palácio do Planalto e o Banco Central (BC), após semanas de ataques intensos do governo ao patamar da taxa básica de juros (Selic) e ao nível atual das metas de inflação que ampliam os temores de investidores quanto a intervenções políticas à execução dos instrumentos monetários da autarquia. Nesta noite, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, concede entrevista ao programa Roda Viva, e seus comentários serão analisados minuciosamente dentro deste contexto de tensão. Na agenda do dia, o BC atualizou o Boletim Focus da semana, às 08h30min, a membra do Conselho de Governadores do Federal Reserve, Michelle Bowman, palestra às 10h00min, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, discursa às 10h00min e a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) atualiza a balança comercial semanal, às 15h00min.
Entrevista de Campos Neto O dólar negociado no mercado interbancário oscilava em território negativo na manhã desta segunda-feira, em um dia de agenda esvaziada e com atenções voltadas para eventos ao longo da semana. Após uma semana de repetidos ataques pelo presidente da República e de parlamentares da base aliada ao Banco Central, operadores aguardam pela entrevista de Roberto Campos Neto ao programa Roda Viva, da TV Cultura, gravada entre as 17h00min e 19h00min e exibida às 22h00min. Espera-se que, em meio à artilharia contra a sua gestão no BC, Campos Neto comente a respeito de critérios técnicos envolvidos na definição das metas de inflação e dos juros básicos da economia e se existe a possibilidade de revisão para ambos – tema que causa ansiedade entre agentes de mercado e pode diminuir a credibilidade da instituição, visto que seriam originados de interferência política do Executivo e não de aspectos técnicos.
À Espera do CPI No exterior, o dollar index se mantém próximo de suas máximas em cinco semanas enquanto investidores aguardam pela divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de janeiro nos Estados Unidos, amanhã. A mediana das expectativas aponta para um pequeno aumento mensal (0,4%) tanto no índice cheio quanto em seu núcleo, porém o que representaria um recuo para o acumulado em 12 meses, a saber, de 6,5% para 6,2% no índice cheio e de 5,7% para 5,5% em seu núcleo. Uma leitura abaixo do esperado manteria a interpretação de que a economia americana está em um processo de desinflação e que há espaço para uma moderação do aperto monetário pelo Federal Reserve, o que, por sua vez, favoreceria ativos arriscados, como ações, commodities e moedas de países emergentes. Agora, caso ocorra uma leitura acima do projetado (embora não seja incomum as variáveis macroeconômicas oscilarem dentro de uma tendência mais consolidada), é possível que os investidores temam por um ressurgimento das pressões inflacionárias que, por sua vez, exigiriam uma extensão do ciclo de altas pelo Fed, por extensão, fortaleceria a moeda americana.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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