O par real/dólar apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta quinta-feira (23). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,14, recuo de 0,6% em relação ao fechamento de quarta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 104,5 pontos, praticamente estável ante à véspera. Em um dia de poucos eventos, o mercado de divisas repercute a preocupação dos investidores com a inflação nos Estados Unidos, em meio a leituras acima do esperado para dados econômicos no país. Nesta manhã, serão publicados a segunda prévia do Produto Interno Bruto (PIB) americano para o quarto trimestre e o número semanal de pedidos de auxílio-desemprego, às 10h30min, complementando a interpretação da conjuntura do país e servindo de guia para o apetite por risco dos agentes. Na agenda do dia, o Eurostat publicou o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) da área do euro, às 07h00min, a Receita Federal informa a arrecadação de tributos federais de janeiro, às 10h30min, o presidente do Federal Reserve (Fed) de Atlanta, Raphael Bostic, discursa às 12h50min, o Banco Central divulga o fluxo cambial semanal, às 14h30min, a Secretaria de Comércio Exterior atualiza a balança comercial da última semana, às 15h00min, e a presidenta do Fed de San Francisco, Mary Daly, palestra às 18h00min.
Pressão inflacionária O dólar negociado no mercado interbancário operava em baixa na manhã desta quinta-feira, refletindo a preocupação de investidores com o cenário inflacionário estadunidense. Esta preocupação também foi notada na ata da decisão de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), especialmente pelo que o documento não falou. Imediatamente após a decisão do Comitê de reduzir o ritmo de alta de juros, passando de um reajuste de 0,50 p.p. em dezembro para um de 0,25 p.p., o presidente do Fed, Jerome Powell, justificou a medida mencionando “desinflação” ou “processo desinflacionário” 15 vezes em sua coletiva de imprensa. Já a ata da mesma decisão, divulgada ontem, não menciona nenhum dos termos uma vez sequer. Entre as duas datas, uma sequência de indicadores econômicos superou as estimativas de especialistas, como índices de preços, vendas ao varejo, atividade de serviços e geração de empregos, gerando temores em investidores de que a inflação no país possa se tornar persistente e exigir um aperto monetário ainda mais rígido pela autoridade monetária.
Mercado de trabalho aquecido Parte da preocupação com o cenário inflacionário se origina da resiliência do mercado de trabalho, que se mantém aquecido mesmo após um ano de aperto monetário e uma elevação de 4,50 p.p. nos juros básicos estadunidenses. Os pedidos semanais de auxílio-desemprego se mantêm ao redor de 200 mil por mês, praticamente estável desde o começo de 2022, e a taxa de desemprego se encontra no menor patamar desde maio de 1969, em 3,4% da força de trabalho. Tal cenário sugere uma demanda agregada mais elevada para os próximos meses, pressionando os preços de serviços associados a salários.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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