Abertura de Câmbio

Dólar começa terça em estabilidade, cotado ao redor de R$ 5,21
 
Leonel Oliveira Mattos
Alan Lima
Vitor Andrioli
Câmbio reflete tributação de combustíveis e queda do desemprego

A taxa de câmbio oscilava ao redor da estabilidade nas primeiras operações desta terça-feira (28). No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$ 5,21, variação de +0,1% ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 104,6 pontos, praticamente estável em relação ao fechamento de segunda-feira. O mercado de divisas continua atento à decisão de reonerar a gasolina e o etanol hidratado, anunciada ontem pelo Ministério da Fazenda. Ainda há dúvidas a respeito da tributação, visto que o governo anunciou que alteraria as alíquotas de PIS/Cofins, mas não definiu quais seriam, e rumores de mercado afirmam que a Petrobras poderia alterar sua política de preços para suavizar os efeitos inflacionários do retorno dos impostos. Adicionalmente, a nova queda da taxa de desemprego no Brasil, desta vez para 7,9% em dezembro, auxilia a sustentar o valor do real. Na agenda do dia, o Banco Central informou a Nota de Política Fiscal de janeiro, às 09h30min, o Departamento de Análises Econômicas americano divulga a balança comercial de janeiro, às 10h30min, o instituto Conference Board informa o Índice de Confiança dos Consumidores americanos de fevereiro, às 12h00min, e a Secretaria do Tesouro Nacional comunica o Relatório Mensal da Dívida Pública Federal, às 14h30min.

Taxa Ptax de fim de mês O dólar negociado no mercado interbancário oscilava entre perdas e ganhos na manhã desta terça-feira. O câmbio poderá apresentar maior volume de negócios e, também, maior volatilidade dentro das janelas de horários utilizadas pelo BC para o cálculo da taxa Ptax de fim de mês, entre as 10h00min e as 13h10min. A taxa Ptax é uma referência divulgada diariamente pelo BC e seu valor de fim de mês é muito utilizado em contratos de câmbio e derivativos. Desta forma, os operadores do mercado intensificam suas operações durante estes intervalos, disputando a sua definição.

Reoneração de combustíveis Investidores repercutem a decisão do Ministério da Fazenda, de ontem, de retomar a cobrança de PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) sobre a gasolina e o etanol hidratado a partir de 01 de março, afirmando que “está assegurada 100% da arrecadação” ligados a estes combustíveis. Contudo, o anúncio foi marcado por indefinições, visto que a pasta declarou que as alíquotas destes impostos serão alteradas, porém ainda seguem indefinidas, mas que a gasolina será mais onerada que o etanol por ser um combustível fóssil.

Interferência na Petrobras O Palácio do Planalto, ao que parece, encontrou outra forma evitar que a reoneração de combustíveis produza um reflexo sobre os seus preços: ao invés de prorrogar a isenção dos tributos federais, o governo estuda reduzir os preços cobrados pela Petrobras e compensar os efeitos inflacionários. Em comunicado à imprensa, a petroleira “reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado”. Contudo, reportagens de imprensa afirmam que o governo observa uma “margem”, ou excesso, na política de paridade internacionais de preços, de forma que seria possível reduzi-los e anular o incremento de tributos. Na prática, a decisão mostraria que a interferência política nas pautas econômicas se mantém inalterada, que a interferência se transferiria do Ministério da Fazenda para o Ministério das Minas e Energia e que o efeito para as contas públicas seria nulo – ao invés de renunciar a uma receita tributária estimada ao redor de R$ 28 bilhões ao mês, o governo abriria mão de dividendos ao impactar o lucro de uma empresa semi-estatal altamente lucrativa.

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS

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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.
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