A taxa de câmbio apresentava suave tendência de baixa nas primeiras operações desta terça-feira. No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$ 5,25, variação de -0,4% ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 103,8 pontos, recuo de 0,1% em relação ao fechamento de segunda-feira. O mercado de divisas ainda repercute um ambiente de elevada volatilidade e incerteza após as falências em rápida sequência de dois bancos nos Estados Unidos. Há uma dúvida crescente sobre qual é a estratégia de política monetária mais apropriada neste momento, visto que o Federal Reserve precisará equilibrar a estabilidade do sistema bancário e financeiros com as pressões inflacionárias em seu balanço de riscos em suas próximas decisões. Nesta manhã, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de fevereiro cresceu em linha com as expectativas, mantendo as preocupações sobre a aceleração de preços no país.
Ambiente de dúvida e incerteza O dólar negociado no mercado interbancário oscilava em território negativo na manhã desta terça-feira, refletindo um ambiente de elevada volatilidade e incerteza sobre os rumos da taxa de juros nos Estados Unidos e, de forma geral, sobre os riscos de uma crise financeira a partir das falências recentes dos bancos SVB e Signature Bank, nos Estados Unidos. Analistas passaram a divergir amplamente sobre qual deve ser a estratégia de política monetária adequada para o Federal Reserve dentro da conjuntura atual. Alguns apontam receios de fragilidade no sistema bancário e financeiro e que o banco central deveria pausar, ou até mesmo cortar, a taxa básica de juros americana enquanto avalia os impactos das altas de juros feitas até aqui e decide como proceder. Outros apontam que as autoridades econômicas possuem mecanismos de proteção a instituições que se encontrem em dificuldades, tal como foram aplicados a estes dois bancos, e pensam que o Fed deveria apenas diminuir o ritmo de altas, porém continuar a combater a inflação no país.
“Dot plot” Uma dificuldade que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) enfrentará em sua decisão do dia 22 de março, mas que contribuirá para reduzir a volatilidade dos mercados, é que seus integrantes precisarão apontar ao público qual a taxa de juros que julgam apropriada para o futuro, gráfico apelidado de “dot plot” (plotagem de pontos). Tal informação embasará os agentes de mercado sobre a visão dos membros do FOMC a respeito de sua leitura da conjuntura e visão da estratégia de juros apropriada para o futuro.
Pressão inflacionária Nesta manhã, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de fevereiro dos Estados Unidos cresceu em linha com as expectativas de analistas, aumentando em 0,4% na métrica completa e em 0,5% no núcleo do indicador (que exclui os voláteis componentes de alimentação e energia). No acumulado em 12 meses, o CPI acumulou alta de 6,0% e seu núcleo, de 5,5%. Trata-se de uma aceleração de preços moderada que, em outro contexto, seria suficiente para manter uma pressão sobre o Federal Reserve para prosseguir em um aperto monetário mais rígido por mais tempo a fim de recuperar a estabilidade de preços. Contudo, dado o contexto atual, o banco central estadunidense precisará equilibrar a estabilidade do sistema bancário e financeiros com as pressões inflacionárias em seu balanço de riscos em suas próximas decisões.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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