O par real/dólar apresentava tendência de elevação nas primeiras operações desta quarta-feira (15). No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$ 5,29, alta de 0,6% em relação ao fechamento de terça-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 104,7 pontos, variação de +1,0% ante à véspera. O mercado de divisas repercute mais um dia de forte aversão ao risco e busca por ativos de segurança, após dificuldades enfrentadas pelo banco suíço Credit Suisse renovarem temores de uma crise financeira global. O banco, que adiou a publicação de seu relatório anual na semana passada após questionamentos da Securities and Exchange Comission (SEC, a comissão de valores mobiliários estadunidense), teve um parecer adverso emitido pela a PricewaterhouseCoopers, auditora do banco, sobre a eficácia de seus controles internos sobre relatórios financeiros em 31 de dezembro de 2022 e admitiu “fragilidades materiais nos controles de relatórios financeiros” relacionadas às prestações de contas dos últimos dois anos. Na agenda do dia, o Departamento do Censo americano informou as vendas ao varejo de fevereiro, às 09h30min, o Departamento de Estatísticas do Trabalho dos Estados Unidos publicou o Índice de Preços ao Produtor (PPI) às 09h30min, e o Banco Central atualiza o fluxo cambial semanal, às 14h30min.
Problemas no Credit Suisse O dólar negociado no mercado interbancário operava em alta na manhã desta quarta-feira, alavancado pela aversão ao risco após o Credit Suisse ter seus demonstrativos questionados pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), adiar a divulgação de seus resultados anuais, ter um parecer adverso emitido pela a PricewaterhouseCoopers, auditora do banco, sobre a eficácia de seus controles internos sobre os relatórios financeiros de 31 de dezembro de 2022 e admitir “fragilidades materiais nos controles de relatórios financeiros” em seus balanços de 2021 e 2022. O caso da instituição suíça se dá em meio à repercussão das falências dos bancos estadunidenses Silicon Valley Bank e Signature Bank, que reverberaram pelos mercados globais causando um forte sentimento negativo contra ativos arriscados. As ações do Credit Suisse – que já havia passado por problemas financeiros em 2021, quando teve que lidar com a falência de grandes fundos de investimento – despencaram 20% após o seu maior investidor, o Saudi National Bank, declarar que não realizaria mais investimentos na empresa para assisti-la. Nesse sentido, a situação delicada do banco amplia a percepção de riscos dos operadores do mercado, com temores de contágio a outras instituições financeiras e de uma crise global.
Ambiente de dúvida e incerteza As dificuldades do Credit Suisse reforçaram os temores dos investidores de que possa haver uma crise financeira em escala global, gerando um ambiente de elevada volatilidade e incerteza sobre o curto prazo. Este cenário promove uma busca por ativos considerados como portos seguros e estimula um comportamento avesso ao risco, prejudicando o desempenho de ativos mais arriscados, como ações, commodities e moedas de países emergentes, tal como o real. Adicionalmente, este contexto eleva as dúvidas sobre qual é a estratégia mais adequada para a política monetárias dos bancos centrais neste momento, visto que será necessário ponderar os riscos de fragilidade nos sistemas bancários e financeiros, bem como os impactos negativos dos juros para a economia de forma mais abrangente, à necessidade de recuperar a estabilidade de preços e evitar que a inflação se torne mais persistente e enraizada.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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