A taxa de câmbio apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta quinta-feira (16). No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$ 5,27, variação de -0,5% ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 104,3 pontos, recuo de 0,3% em relação ao fechamento de quarta-feira. O mercado de divisas repercute a uma redução dos temores de uma crise financeira global, após uma nota conjunta de apoio ao Credit Suisse pelo Banco Central Suíço (SNB) e da autoridade supervisora do mercado financeiro suíço e da notícia de que o banco captará um empréstimo de até CHF 50 bilhões a fim de garantir liquidez à instituição e recuperar a confiança de investidores. O cenário, contudo, ainda é de razoável volatilidade e insegurança, ambiente que deve dificultar a decisão de política monetária do Banco Central Europeu, às 10h15min. Na agenda do dia, o Departamento do Trabalho americano informou os pedidos de auxílio-desemprego da semana, às 09h30min, o Departamento de Estatísticas do Trabalho divulgou o Índice de Preços das Importações e Exportações, às 09h30min, e a presidenta do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, palestra às 12h15min.
Decisão do BCE O dólar negociado no mercado interbancário operava em ligeira queda acompanhada de oscilações laterais na manhã desta quinta-feira, enquanto investidores aguardavam a divulgação da decisão de política monetária do Banco Central Europeu. Apesar da crescente incerteza e do aumento de apostas em uma elevação de 0,25 ponto percentual por parte do BCE após as falências do Silicon Valley Bank e do Signature Bank, nos EUA, e o colapso das ações do Credit Suisse, na Suíça, a autarquia manteve o que havia sugerido anteriormente e continuou com seu ciclo de alta elevando a taxa de juros em 0,50 ponto percentual, de modo que os eventos recentes não levaram a instituição a repensar seu balanço de riscos e diminuir o ritmo de seu aperto monetário. A persistência da postura mais agressiva frente ao avanço inflacionário mesmo sob o cenário de estresse bancário e temores de uma crise financeira foi uma surpresa para os operadores do mercado, mesmo não havendo consenso sobre o melhor caminho a ser seguido no contexto de instabilidade e incertezas, com os bancos centrais tendo que ponderar os riscos de uma alta inflacionária com a possibilidade de uma crise bancária e balizar o aumento dos juros com seus impactos no sistema financeiro.
Recuperação do Credit Suisse Contribui para o leve fortalecimento do real, também, a redução de temores quanto à possibilidade de uma crise financeira global após o Credit Suisse afirmar que exercerá sua opção de levantar até 50 bilhões de francos suíços, equivalente a US$ 53,7 bilhões, do Banco Central Suíço, a fim de garantir liquidez à instituição neste momento de estresse e manter a confiança de investidores. A declaração se seguiu à nota conjunta de apoio de ontem do SNB e da autoridade supervisora do mercado financeiro suíço ao banco, afirmando que “O Credit Suisse atende exigências de capital e liquidez impostas a bancos sistemicamente importantes. Se necessário, o SNB fornecerá liquidez ao Credit Suisse”. Assim, apesar de uma série de deslizes recentes, incluindo o adiamento da divulgação de seu relatório de resultados anuais, a admissão de “fragilidades materiais nos controles de relatórios financeiros” em seus balanços de 2021 e 2022 e a emissão de um parecer adverso sobre a eficácia de seus controles internos pela sua auditora externa, a PricewaterhouseCoopers, aparentemente o Credit Suisse conseguirá sobreviver a este período turbulento.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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