Decisão do BCE O dólar negociado no mercado interbancário encerrou a quinta-feira em queda, refletindo uma recuperação da confiança dos investidores na estabilidade do sistema financeiro global que, por sua vez, permitiu uma recuperação de ativos arriscados. O ambiente ainda é de volatilidade, porém os eventos de hoje contribuíram para reduzir significativamente a incerteza dos últimos dias. Primeiramente, o Banco Central Europeu surpreendeu ao decidir elevar sua taxa de juros em 0,50 p.p. mesmo diante do contexto turbulento dos últimos dias, privilegiando a busca pela reestabilização de preços do que uma postura mais passiva que permitisse uma avaliação minuciosa da conjuntura atual. Ao justificar a medida, a presidenta do BCE, Christine Lagarde, afirmou que não há um “trade-off” entre estabilidade financeira e estabilidade de preços, que a posição bancária atual é sólida e que o banco está pronto para elevar a liquidez caso seja necessário. Na prática, a decisão mostra que a instituição julga que o sistema financeiro se encontra em posição sólida e consegue absorver o choque de mais altas de juros.
Comentários de Yellen Na sequência da decisão do BCE, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen declarou que o sistema bancário americano continua sólido e que o governo americano continuaria a monitorar e intervir com medidas mais “decisivas e forçosas” caso algum outro banco passasse por dificuldades. No final do dia, onze dos maiores bancos estadunidenses anunciaram que garantiriam uma injeção de até US$ 30 bilhões por um prazo de até 120 dias ao First Republic Bank de forma a capitaliza-lo e impedir que uma corrida bancária levasse o banco regional à falência.
Recuperação do Credit Suisse Contribuiu para melhora nas percepções globais de risco, também, o anúncio do Credit Suisse de que exerceu sua opção de levantar até 50 bilhões de francos suíços, equivalente a US$ 53,7 bilhões, do Banco Central Suíço, a fim de garantir liquidez à instituição neste momento de estresse e manter a confiança de investidores. A declaração se seguiu à nota conjunta de apoio de ontem do SNB e da autoridade supervisora do mercado financeiro suíço ao banco, afirmando que “O Credit Suisse atende exigências de capital e liquidez impostas a bancos sistemicamente importantes. Se necessário, o SNB fornecerá liquidez ao Credit Suisse”. Assim, apesar de uma série de deslizes recentes, incluindo o adiamento da divulgação de seu relatório de resultados anuais, a admissão de “fragilidades materiais nos controles de relatórios financeiros” em seus balanços de 2021 e 2022 e a emissão de um parecer adverso sobre a eficácia de seus controles internos pela sua auditora externa, a PricewaterhouseCoopers, aparentemente o Credit Suisse conseguirá sobreviver a este período turbulento.
Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 104,4 pontos, recuo de 0,3% em relação ao fechamento de quarta-feira. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, o peso mexicano, a lira turca, o rand sul-africano, a rúpia indiana e o rublo russo não tiveram direção definida, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 49,756 pontos, variação de +0,2% ante à véspera.
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