Fechamento de Câmbio

Dólar encerra segunda em baixa, cotado a R$ 5,243
 
Leonel Oliveira Mattos
Alan Lima
Vitor Andrioli
Câmbio reflete moderação nos receios de crise global

O par real/dólar passou se manteve em baixa na maior parte desta segunda-feira (20), encerrando a sessão negociado a R$ 5,243, baixa de 0,5% em relação ao fechamento de sexta-feira. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 103,3 pontos, variação de -0,5% ante à véspera. O mercado de divisas repercutiu um ambiente de prudência e cautela moderada, após a compra do Credit Suisse pelo UBS e à espera pela decisão de política monetária dos bancos centrais do Brasil, Estados Unidos, Inglaterra e Suíça ao longo da semana. No Brasil, a discussão do arcabouço fiscal se mantém no foco de investidores, em meio a reportagens que afirmam que a proposta pode ser divulgada ainda nesta semana.

Variações | No dia: -0,54% | Na semana: -0,54% | No mês: +0,33% | No ano: -0,70% | Em 12 meses: -7,03% |

Redução moderada da aversão aos riscos O dólar negociado no mercado interbancário oscilou em intervalo reduzido e se manteve em baixa durante a maior parte desta segunda-feira, encerrando o dia em queda frente ao real. Em uma semana repleta de decisões de política monetária importantes, agentes de mercado evitaram assumir grandes posições de compra ou de venda. Ainda assim, o ambiente de negócios foi ligeiramente mais positivo e de menor aversão ao risco que a média da última semana, permitindo um ligeiro fortalecimento da moeda brasileira.

Medidas emergenciais O grande evento do fim de semana foi a aquisição do banco suíço Credit Suisse pelo rival UBS por CHF 3 bilhões, assumindo perdas do novo banco em até CHF 5 bilhões, em uma operação coordenada pelos reguladores de mercado locais como uma tentativa de evitar um aprofundamento da crise bancária no país e um possível contágio para sistemas financeiros de outras nações. Adicionalmente, os bancos centrais de Estados Unidos, União Europeia, Canadá, Inglaterra, Japão e Suíça anunciaram a criação de uma linha de swaps cambiais para reforçar a oferta de dólares a essas economias e garantir a liquidez necessária em eventuais momentos de estresse, até o final de abril. A medida é, no momento, mais simbólica e busca demonstrar que as autoridades monetárias estão atentas aos riscos de contágio caso alguma instituição financeira venha a enfrentar dificuldades.

Arcabouço Fiscal No Brasil, os investidores continuaram atentos a discussão do novo arcabouço fiscal após mais uma reunião entre os ministérios que compõem a Junta Orçamentária, isto é, Casa Civil, Fazenda, Planejamento e Orçamento, Gestão e Inovação em Serviços Públicos, bem como diversos secretários. Segundo a agência de notícias Reuters, o presidente da República deseja anunciar publicamente a proposta antes de sua viagem à China, nesta sexta (24). Hoje, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou que a ancoragem fiscal combinará curva da dívida, superávit e controle do gasto, enquanto o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, declarou que as novas regras do regime fiscal vão garantir recursos para políticas públicas e financiamento do Estado, além de retomar a previsibilidade e a credibilidade da economia. Por fim, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que terá reuniões entre hoje e amanhã com os presidentes da Câmara e do Senado e com líderes do Congresso Nacional para discutir as propostas do novo arcabouço.

Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 103,3 pontos, variação de -0,5% ante à véspera. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, o peso mexicano e o rublo russo também se valorizaram perante a divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 49,836 pontos, ganho de 0,5% em relação ao fechamento de sexta-feira.

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