A taxa de câmbio se mantinha estável nas primeiras operações desta quarta-feira (22). No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$ 5,25, variação de +0,1% ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 103,1 pontos, recuo de 0,1% em relação ao fechamento de terça-feira. O mercado de divisas se mantinha em compasso de espera pela “super quarta”, com as decisões de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed), às 15h00min, e do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), às 18h30min. Enquanto há praticamente consenso quanto à decisão brasileira – manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13,75% a.a. –, há maior debate sobre qual será a opção feita pelo Fed após duas semanas de intensa turbulência e volatilidade nos preços de ativos causados por temores de uma crise financeira global. Em ambos os casos, também, analistas buscarão maiores detalhes nos comunicados das autoridades monetárias sobre a estratégia de juros nas próximas decisões. Na agenda do dia, o BC atualiza o fluxo cambial semanal, às 14h30min.
Decisão do Fed O dólar negociado no mercado interbancário operava em alta na manhã desta quarta-feira, descolado de pares emergentes em um dia marcado pela decisão de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. As últimas duas semanas foram de forte volatilidade e dúvidas quanto à estabilidade do sistema financeiro americano após a falência em rápida sequência de três bancos estadunidense (Silvergate, SVB e Signature), dificuldades de bancos regionais, como o First Republic Bank, e temores de contágio para outros sistemas bancários, com a quebra de facto do Credit Suisse. A maior parte dos analistas prevê um aumento de 0,25 p.p. na decisão do Fed, e os investidores estarão atentos ao comentários do presidente da instituição, Jerome Powell, de como o Fed enxerga o balanço de riscos atual entre a necessidade de buscar a estabilização de preços por meio de um aperto das condições financeiras sem ameaçar a estabilidade do sistema financeiro.
Decisão do BC No Brasil, investidores aguardavam a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) quanto à taxa básica do Banco Central do Brasil, cujo consenso é de que a Selic será mantida em 13,75% ao ano, apesar das contínuas críticas do presidente ao patamar elevado dos juros no Brasil. Nesta semana, Lula voltou a criticar a atuação da autarquia monetária, afirmando que manter a taxa em tal nível seria "irresponsabilidade" e que continuaria lutando por sua diminuição. Nesse sentido, os operadores de mercado voltam suas atenções para o comunicado do Copom, com foco nos ruídos de ataques dos membros do governo, a fim de entender em que medida – segundo a avaliação do BC – essas interferências afetam a busca da meta de inflação. Adicionalmente, os agentes esperam por referências ao novo arcabouço fiscal, que será apresentado em abril, segundo a presidência, e substituirá o teto de gastos usado atualmente. Estará em pauta a visão da instituição acerca do novo modelo fiscal e suas implicações para a política monetária, caso seja considerado um fator para reduzir as expectativas futuras de inflação. Por fim, outro aspecto que estará em foco é a perspectiva do BC da trajetória do avanço inflacionário, cujo núcleo ainda é persistente e elevado, apesar do julgamento contrário de membros do governo federal
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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