O par real/dólar apresentava tendência de queda nas primeiras operações desta terça-feira (28). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,17, recuo de 0,7% em relação ao fechamento de segunda-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 102,5 pontos, variação de -0,3% ante à véspera. O mercado de divisas repercute a divulgação da ata da última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em busca de informações sobre a trajetória dos juros no Brasil e atento a temas sensíveis que possam acirrar, ou apaziguar, as relações entre a autoridade monetária e o Palácio do Planalto. Também há grande expectativa em torno da apresentação do novo arcabouço fiscal do governo, cuja solidez e credibilidade pode ajudar a reduzir as expectativas inflacionárias por meio da queda esperada do endividamento público. Na agenda do dia, o Departamento de Análises Econômicas dos Estados Unidos informou a balança comercial de fevereiro, às 09h30min, a presidenta do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, palestra às 10h15min, o instituto Conference Board divulga o Índice de Confiança do Consumidor americano de março, às 11h00min, o vice-presidente de Supervisão do Federal Reserve, Michael Barr, discursa às 11h00min, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de evento, às 14h00min.
Ata do Copom O dólar negociado no mercado interbancário operava em queda na manhã desta terça-feira, repercutindo um ambiente mais sereno no cenário internacional, com enfraquecimento da moeda americana, e a repetição de um tom firme do Banco Central na ata da última decisão do Copom. O Comitê se mostrou bastante comprometido com a busca pela estabilização de preços no país, alertou para o caráter mais persistente, resiliente e “inercial” da inflação tanto no Brasil como no mundo neste momento e “enfatizou que a execução da política monetária, neste momento, requer serenidade e paciência para incorporar as defasagens inerentes ao controle da inflação através da taxa de juros e, assim, atingir os objetivos no horizonte relevante de política monetária”, afastando a possibilidade de cortes de juros no curto prazo e pleiteando calma, principalmente, do Executivo.
“Relações mecânicas” A ata afirma que as expectativas de inflação de prazos mais longos seguem um processo de desancoragem (elevação) e que “a materialização de um cenário com um arcabouço fiscal sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno através de seu efeito no canal de expectativas”. Porém, em um recado direcionado ao Planalto, o documento alerta que “não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a apresentação do arcabouço fiscal”, ou seja, não há um efeito direto entre ambos, visto que as expectativas só são afetadas por meio da credibilidade das instituições, e que, nas entrelinhas, ataques à credibilidade do Banco Central prejudicarão o objetivo final. Contudo, o BC fez um aceno ao governo ao admitir que “o compromisso com a execução do pacote fiscal demonstrado pelo Ministério da Fazenda, e já identificado nas estatísticas fiscais e na reoneração dos combustíveis, atenua os estímulos fiscais sobre a demanda, reduzindo o risco de alta sobre a inflação no curto prazo”.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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