Abertura de Câmbio

Dólar abre a quinta em queda, cotado ao redor de R$ 4,91
 
Leonel Oliveira Mattos
Alan Lima
Vitor Andrioli
Câmbio reflete moderação inflacionária nos EUA e otimismo no exterior

A taxa de câmbio apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta quinta-feira (13). No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$ 4,91, variação de -0,6% ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 101,2 pontos, recuo de 0,3% em relação ao fechamento de quarta-feira. O mercado de divisas repercute a divulgação de dados econômicos nos Estados Unidos que apontam para uma moderação da inflação em março, sugerindo que o ciclo de alta de juros do Federal Reserve está próximo de seu término. Adicionalmente, a divulgação de que as exportações na China cresceram muito acima do esperado em março contribuem para a valorização de ativos arriscados, como ações, commodities e moedas de países emergentes, como o real. Na agenda do dia, o Departamento do Trabalho atualizou os pedidos semanais de auxílio-desemprego para os Estados Unidos, às 09h30min, e o Departamento de Estatísticas do Trabalho informou o Índice de Preços ao Produtor americano de março, às 09h30min.

Moderação na inflação dos EUA O dólar negociado no mercado interbancário operava em queda na manhã desta quinta-feira enquanto agentes repercutem dados acerca da inflação e de desemprego nos Estados Unidos e da balança comercial da China. O Departamento de Estatísticas do Trabalho dos Estados Unidos (BLS) divulgou o Índice de Preços ao Produtor (PPI) para março, o qual veio em -0,5% e ficou abaixo da mediana das estimativas, que previa um avanço de 0% dos preços. No comparativo anual, o PPI apresentou um avanço de 2,7% ante 4,6% no mês anterior. O valor reportado para o indicador no último mês se deve aos menores custos relativos principalmente a energia, que mantinham as pressões inflacionárias e, agora, dão alívio aos produtores. Nesse sentido, o núcleo do índice observou uma contração mais sutil, diminuindo 0,1% em março. A trajetória inflacionária observada na economia estadunidense possui forte correlação com o mercado de trabalho e o setor de serviços, de maneira que o alto patamar de atividade econômica associada à escassez de mão de obra afeta positivamente os salários, o que induz ao aumento do consumo em serviços pelas famílias e tende a pressionar os preços. Assim, com os dados acerca de pedidos de auxílio-desemprego no país divulgados hoje sinalizando uma maior oferta de mão de obra no mercado, entende-se que a economia dos Estados Unidos passa por um processo de desaceleração, o que daria uma margem maior ao Federal Reserve para finalizar seu aperto monetário e voltar a diminuir sua taxa de juros. No momento, a maior parte dos operadores de mercado aposta em alta de 0,25 p.p. na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) e manutenção da taxa no intervalo de 5,00% - 5,25% na reunião seguinte, marcada para junho.

Exportações chinesas Contribui para o fortalecimento do real a expansão inesperada das exportações chinesas em março, que cresceram 14,8% em relação ao mesmo período no ano passado, ao passo que a mediana das estimativas previa contração de 7,0%. A leitura rompeu uma sequência de 5 meses de quedas consecutivas, promoveu um forte apetite por riscos e, por sua vez, contribui para a valorização de moedas de países exportadores de produtos primários, como o real. Enquanto isso, o presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, está em agenda oficial no país, onde defendeu um aprofundamento das relações comerciais e financeiras entre os países, inclusive com transações liquidadas em moedas locais, sem o uso do dólar.
 

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS

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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.
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