Abertura de Câmbio

Câmbio inicia a quinta em queda, cotado ao redor de R$ 5,06
 
Leonel Oliveira Mattos
Alan Lima
Vitor Andrioli
Dólar reflete cautela em relação ao arcabouço fiscal

O par real/dólar apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta quinta-feira (20). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,06, recuo de 0,5% em relação ao fechamento de quarta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 102,1 pontos, variação de +0,2% ante à véspera. O mercado de divisas deve apresentar volume um pouco abaixo do habitual, por conta da véspera de feriado e agenda relativamente fraca em indicadores. A atenção dos operadores do mercado de câmbio continua focada nas discussões acerca do novo arcabouço fiscal, após o jornal O Estado de São Paulo afirmar que congressistas estudam modificar o texto legislativo do projeto, como incluir uma punição ao presidente da República caso as metas de superávit primário não sejam cumpridas e reduzir o número de categorias excetuadas das regras de controle de despesas. No exterior, cabe destaque à atualização dos pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos que mantém tendência crescente desde o começo do ano e sugerem o início de um processo de enfraquecimento do mercado de trabalho no país. Na agenda do dia, o Federal Reserve (Fed) de Philadelphia divulgou seu índice regional de manufatura, às 09h30min, o membro do Conselho de Governadores do Fed, Christopher Waller, palestra às 13h00min, a presidenta do Fed de Cleveland, Loretta Mester, discursa às 13h20min, a presidenta do Fed de Dallas, Lorie Logan, concede discurso às 16h00min, a membra do Conselho de Governadores do Fed, Michelle Bowman, profere palestra às 16h00min, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, discursa às 18h00min, e o presidente do Fed de Philadelphia, Patrick Harker, palestra às 20h45min.

Auxílio-desemprego O dólar negociado no mercado interbancário operava em queda na manhã desta quinta-feira, influenciado pela divulgação de dados acerca do mercado de trabalho americano. Segundo o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, na última semana o país recebeu cerca de 245.000 novos pedidos de auxílio desemprego, valor acima da mediana das estimativas, que ficou em 240.000 pedidos. Dessa forma, o número total de beneficiados com o seguro-desemprego com ajuste sazonal ficou em mais de 1,8 milhão, o patamar mais elevado para o indicador desde novembro de 2021, quando a economia estadunidense ainda sentia os efeitos das restrições sanitárias relativas à pandemia de Covid-19. O desempenho do mercado de trabalho americano e o desemprego maior que o esperado ampliam a percepção de uma economia em desaquecimento, o que tende a desvalorizar o dólar frente a outras divisas, de modo que o Dolllar Index apresentou uma queda considerável nesta manhã. Sob a ótica da política monetária, o enfraquecimento do mercado de trabalho alivia o balanço de riscos do Federal Reserve e sinaliza que haverá uma margem maior para que a autoridade encerre seu ciclo de alta da taxa de juros, com o consenso entre os agentes do mercado sendo de alta de 0,25 p.p. na sua próxima decisão, que ocorrerá dia 03 de maio, e manutenção da taxa na reunião seguinte, em 14 de junho.

Pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidosimage 69252
Fonte: Federal Reserve Bank of St. Louis. Elaboração: StoneX.
Reações negativas ao arcabouço Os investidores continuam se debruçando sobre os detalhes do novo arcabouço fiscal após a divulgação do texto legislativo, na última terça-feira (18). Segundo o jornal O Estado de São Paulo, parlamentares do Centrão estudam a possibilidade de robustecer a necessidade cumprimento das metas de superávit primário por meio do estabelecimento de penalidades ao presidente da República em caso de descumprimento. No projeto original, não há qualquer penalidade prevista, apenas uma carta do presidente ao Congresso com data até 31 de maio do ano seguinte, tal qual o modelo das metas de inflação. Outra possível alteração seria a redução de categorias excluídas das regras de controle de despesas, visto que os agentes temem que o número elevado de exceções pode tornar ineficiente a tentativa de ajuste fiscal do setor público e impossibilitar o cumprimento das metas propostas. Por fim, ainda há críticas quanto às próprias definições das metas para o Orçamento primário, pois, ao que parece, elas podem ser revistas anualmente a cada Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO). Dessa forma, cria-se um viés de somente propor ajuste fiscal em anos de cenário macroeconômico positivo, abrandando-se as metas em anos de cenário desafiador.

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS

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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.
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