A taxa de câmbio se manteve em elevação na maior parte desta terça-feira (25), encerrando a sessão negociada a R$ 5,064, variação de +0,5% ante à véspera. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 101,9 pontos, ganho de 0,5% em relação ao fechamento de segunda-feira. O mercado de divisas repercutiu o pessimismo externo e baixo apetite por riscos em meio a dados econômicos fracos para os Estados Unidos e a preocupação com a saúde financeira do banco First Republic, um dos mais afetados pelas turbulências do mês de março. No Brasil, contribuiu para o enfraquecimento do real a audiência do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, em que diversos parlamentares governistas adotaram um tom crítico à gestão de Campos Neto e pressionaram para uma redução imediata do patamar da taxa básica de juros (Selic).
Defesa do Banco Central O dólar negociado no mercado interbancário subiu ante ao real nesta terça-feira, refletindo uma combinação de fatores externos e internos que pressionaram pelo fortalecimento da divisa americana. No Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, compareceu à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal buscando defender o caráter técnico das decisões de política monetária adotados pelo Banco Central e afastar aspectos políticos da atuação do órgão. Porém, aparentemente, a defesa de Campos Neto não sensibilizou os parlamentares governistas, que pressionaram a autoridade por uma redução imediata das taxas de juros e buscaram atacar a imparcialidade e a objetividade de Campos Neto. Já os senadores da oposição, por sua vez, elogiaram e prestaram solidariedade ao presidente do BC.
Aversão ao risco externa No exterior, a moeda americana se fortaleceu frente a outras divisas em função de um ambiente de negócios de busca por ativos de segurança. A divulgação de mais dados econômicos americanos que sugerem fraqueza e desaceleração no país – desta vez, indicadores regionais de manufatura em Richmond, de serviços em Dallas e um recuo além do esperado para a confiança do consumidor americano em abril – reforçam as apostas de que os Estados Unidos devem passar por uma recessão no curto prazo, o que, por sua vez, eleva a aversão ao risco dos agentes de mercado. Adicionalmente, a notícia de que os saques no banco First Republic ultrapassaram US$ 100 bilhões no primeiro trimestre deste ano reacenderam temores de que a instituição possa não sobreviver ao atual período de turbulência e de que outras instituições financeiras de pequeno porte ainda possam passar por dificuldades, amplificando o sentimento de aversão ao risco da sessão.
Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 101,9 pontos, ganho de 0,5% em relação ao fechamento de segunda-feira. Moedas pares do real, como o peso colombiano, o peso mexicano, a lira turca, o rand sul-africano, a rúpia indiana e o rublo russo também se desvalorizaram perante a divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 50,323 pontos, variação de -0,4% ante à véspera.
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