Após abrir o dia em alta, a taxa de câmbio firmou trajetória de baixa ao longo desta quarta-feira (03), encerrando a sessão negociada a R$ 4,993, variação de -1,1% ante à véspera. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 101,4 pontos, recuo de 0,5% frente ao término de terça-feira. O mercado de divisas repercutiu a decisão unânime de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed), que subiu sua taxa de juros em 0,25 p.p., para o intervalo entre 5,00% e 5,25% a.a., porém sinalizou que pode interromper o ciclo de altas já na decisão de 14 de junho. Agora, investidores aguardam pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil, que deve manter a taxa básica de juros (Selic) inalterada em 13,75% a.a. e sinalizar a necessidade de se estender o aperto monetário por mais tempo.
Fim do ciclo de altas do Fed? O dólar negociado no mercado interbancário devolveu os ganhos da terça-feira e encerrou a quarta-feira com queda superior a 1%, logo abaixo do patamar dos R$ 5,00 e refletindo um panorama de enfraquecimento mais amplo da moeda americana após o Federal Reserve decidir elevar a sua taxa básica de juros em 0,25p.p., passando-a para o intervalo entre 5,00% e 5,25% a.a., porém alterando o trecho de seu comunicado sobre a possibilidade de aumentos adicionais para uma afirmação de que o FOMC busca “determinar até que ponto o endurecimento adicional da política pode ser apropriado para fazer retornar a inflação a 2% ao longo do tempo”. Durante a entrevista coletiva, o presidente do Fed, Jerome Powell, reafirmou que as próximas decisões de política monetária do Comitê dependerão dos dados econômicos apresentados até lá e não descartou a possibilidade de se interromper o processo de alta de juros no patamar atual. Desta forma, os investidores interpretaram largamente que este deve ser o pico da taxa de juros para os EUA para este ciclo econômico.
Política monetária no Brasil No Brasil, há praticamente consenso de que o Copom irá manter a taxa básica de juros (Selic) estável em 13,75% a.a., em meio a uma análise de que o núcleo da inflação se mantém insistentemente elevado e de que as expectativas de inflação de longo prazos estão crescendo. Contudo, se a autoridade monetária comunica clara e repetidamente que é necessário persistir com um rígido aperto monetário por mais tempo a fim de garantir um processo desinflacionário com credibilidade, o mercado futuro de juros e as projeções de instituições financeiras, contraditoriamente, apontam para cortes de juros a partir de setembro. Na raiz dessa contradição está uma forte campanha de pressão do governo federal contra o patamar da Selic e da própria atuação do BC. Assim, será importante observar como o comunicado se posicionará a respeito desta divergência de posturas.
Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 101,4 pontos, recuo de 0,5% frente ao término de terça-feira. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, o peso mexicano, o rand sul-africano e o rublo russo também se valorizaram perante a divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 50,773 pontos, variação de +0,4% ante à véspera.
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