O par real/dólar alternou entre perdas e ganhos ao longo desta quinta-feira (04), encerrando a sessão negociado a R$ 4,992, variação marginal de -0,01% ante à véspera. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 101,4 pontos, alta de 0,2% em relação ao fechamento de quarta-feira. O mercado de divisas repercutiu às decisões de política monetária dos Bancos Centrais do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa, com reajuste de posições em carteiras frente à perspectiva de que o diferencial de juros permanecerá elevado no Brasil por mais tempo. Contudo, críticas do governo federal à gestão dos juros no Brasil mantém os investidores com cautela mais elevada, antecipando a possibilidade de atritos entre a autarquia e o Executivo.
Cautela moderada no exterior O dólar negociado no mercado interbancário encerrou a quinta-feira praticamente inalterado ante a sessão anterior, em um dia marcado pela decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e temores de que novos bancos regionais nos Estados Unidos possam enfrentar dificuldades nos próximos dias. Os preços de ações de bancos regionais continuam recuando fortemente nos Estados Unidos, o que deve contribuir para a interrupção do ciclo de alta de juros pelo Federal Reserve a partir de junho. Enquanto isso, o BCE reajustou sua taxa de juros pela sétima vez consecutiva, desta vez em 0,25 p.p., passando-a para 3,25% a.a, mas sua presidenta, Christine Lagarde, foi bastante explícita em afirmar que os juros no continente ainda não estão em níveis “suficientemente restritivos” e que novos reajustes serão necessários no futuro próximo. Ainda assim, as trajetórias de juros tanto do Federal Reserve quanto do Banco Central Europeu já parecem mais “precificadas” pelos agentes, e os movimentos nos mercados de ativos nos dois últimos dias foi significativamente mais contido que em comparação aos últimos meses.
Decisão do Copom No Brasil, em seu comunicado divulgado ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 13,75% a.a., afastando a possibilidade de reduções de juros no curto prazo. Os membros do comitê adotaram uma postura firme em seu tom e afirmaram que ainda há incerteza acerca do desenho final do novo arcabouço fiscal, de modo que ainda se mantém dúvidas quanto aos seus impactos nas perspectivas dos agentes para a dívida pública e para a trajetória da inflação. A decisão, como esperado, incomodou o governo federal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que ficou “bastante preocupado com a decisão” do Copom e que “não é verdade” que a discussão sobre a conjuntura monetária opõe o político ao técnico. Já o presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, criticou veladamente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao afirmar que “como se um homem sozinho pudesse saber mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas”.
Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 101,4 pontos, alta de 0,2% em relação ao fechamento de quarta-feira. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, o peso mexicano, a rúpia indiana e o rublo russo também se valorizaram perante a divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 50,829 pontos, virtualmente estável ante à véspera.
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