Abertura de Câmbio

O par real/dólar apresentava tendência de elevação nas primeiras operações desta quinta-feira (18). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 4,96, variação de +0,5% ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 103,1 pontos, alta de 0,2% em relação ao fechamento de quarta-feira. O mercado de divisas repercute a reportagem do jornal O Estado de São Paulo que revela que o texto do projeto de lei do arcabouço fiscal que tramita na Câmara dos Deputados inclui dois dispositivos que permitirão que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva amplie as despesas em cerca de R$ 80 bilhões nos próximos dois anos a título de compensação dos efeitos da desoneração dos combustíveis realizadas em 2022 pelo governo Jair Bolsonaro. Adicionalmente, o elevado número de emendas apresentada – 40 – traz ainda certa cautela de que o texto possa ser modificado no dia de sua apreciação em Plenário, na próxima quarta-feira. Na agenda do dia, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos atualizou os pedidos semanais de auxílio-desemprego, às 09h30min, o Federal Reserve (Fed) da Philadelphia informou seu índice regional de manufatura de maio, às 09h30min, o membro do Conselho de Governadores do Fed, Philip Jefferson, discursa às 10h05min, o vice-presidente de Supervisão do Fed, Michael Barr, palestra às 10h30min, e a presidenta do Fed de Dallas, Lorie Logan, discursa às 11h00min.

Gastos extras no arcabouço O dólar negociado no mercado interbancário operava em alta na manhã desta quinta-feira, em repercussão a dispositivos no texto do novo arcabouço fiscal que permitem gastos extras de até R$ 80 bilhões em 2024 e 2025. Ontem (17), a Câmara dos Deputados aprovou o requerimento de urgência para o projeto do novo arcabouço fiscal com ampla folga, de modo que o texto deve ser votado — junto com suas 40 emendas propostas — na próxima semana. No entanto, um ponto de preocupação entre investidores é a inclusão de dois dispositivos no texto que permitem gastos extras de R$ 80 bilhões nos próximos dois anos pelo relator do projeto, Cláudio Cajado (PP-BA). O primeiro mecanismo foi a inclusão de uma permissão para que, em 2024, o crescimento das despesas esteja no limite máximo da regra, isto é, em 2,5% acima da inflação. O segundo acréscimo de Cajado, relativo a 2025, estabelece que um crédito extra deve ser incluído na base de gastos do governo, sendo esse crédito gerado no ano anterior a partir da mudança do cálculo da inflação que corrige o limite de gastos. Assim, os trechos inseridos no projeto permitem gastos extras aproximados de R$ 40 bilhões em cada ano e, segundo o relator, foram adicionados para compensar a desoneração dos combustíveis realizada pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. 
 

Política de preços na Petrobras Contribuiu para o enfraquecimento do real, também, receios de investidores de que a nova política de preços da Petrobras irá servir para cumprir interesses do governo federal de uma forma que prejudique a rentabilidade da companhia, diminuindo sua atratividade para investidores estrangeiros. Ontem, o presidente da empresa, Jean Paul Prates, declarou em entrevista que a petroleira poderá reduzir o preço da gasolina a partir de 01 de junho como forma de compensar a implantação da alíquota única de ICMS. “Quando chegar no dia, vamos saber se cabe ou não cabe absorver”, disse. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi categórico ao dizer, ontem, em audiência na Câmara dos Deputados, que “o aumento previsto para 1º de julho vai ser absorvido pela queda do preço que foi deixada para esse dia”. “Nós não baixamos tudo que podíamos justamente esperando o 1º de julho, quando acaba o imposto de exportação e acaba o ciclo de reoneração”, completou.

Fortalecimento do dólar Por fim, vale notar que a moeda americana continua sua trajetória de fortalecimento generalizado e atingiu seu maior valor em sete semanas. Dados econômicos resilientes para a economia americana e uma prolongada negociação a respeito da elevação do limite do financiamento da dívida do Tesouro do país estão sustentando uma busca pela divisa, que deve se manter ao longo da semana.
 

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS

Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.