A taxa de câmbio apresentava tendência de elevação nas primeiras operações desta quinta-feira (25). No momento da publicação deste texto (10h00min), ela era negociada ao redor de R$ 4,98, alta de 0,5% em relação ao fechamento de quarta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 104,2 pontos, variação de +0,3% ante à véspera. O mercado de divisas repercute o prolongado impasse sobre o teto da dívida pública nos Estados Unidos e a possibilidade de um calote inédito pelo Tesouro do país, desta vez com um alerta da agência da classificação de risco Fitch que considera rever sua classificação de crédito máxima (AAA) para os títulos da dívida do país por conta da incapacidade das autoridades políticas em chegar a uma nova extensão deste limite. No Brasil, nem mesmo a aprovação definitiva do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados e a leitura abaixo do esperado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) são capazes de anular o tom negativo do ambiente externo. Na agenda do dia, o Departamento do Trabalho americano atualizou os pedidos semanais de auxílio-desemprego, às 09h30min, o Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA informou a segunda prévia do Produto Interno Bruto do primeiro trimestre, às 09h30min, e a presidenta do Federal Reserve de Boston, Susan Collins, discursa às 11h30min.
“Observação negativa” O dólar negociado no mercado interbancário operava em alta na manhã desta quinta-feira, refletindo um ambiente externo de aversão ao risco e busca por ativos de qualidade em meio a temores crescentes sobre a possibilidade de os Estados Unidos entrarem em default (calote) pela primeira vez na história. Na noite de ontem, a agência de classificação de risco Fitch disse que colocou o rating de crédito do país – “AAA”, o maior possível, – em “observação negativa” por conta da incapacidade de democratas e republicanos em chegar a um novo acordo sobre o limite de financiamento do Tesouro americano, aproximando-se cada vez mais da data em que se esgotariam os recursos para pagar os compromissos estadunidenses – data incerta, porém tão logo quanto 01 de junho. “A arrogância em relação ao teto da dívida, o fracasso das autoridades dos EUA em enfrentar de forma significativa os desafios fiscais de médio prazo, que levarão ao aumento dos déficits orçamentários e a um crescente fardo da dívida, sinalizam riscos negativos para a qualidade de crédito dos EUA”, alertou a Fitch. A situação se assemelha a agosto de 2011, quando uma Câmara dos Deputados de maioria republicana e um Executivo e um Senado Federal liderado por democratas chegaram a um impasse em relação ao teto da dívida, a agência de classificação de risco S&P Global rebaixou permanentemente sua nota para os títulos americanos de AAA para AA+.
Tramitação do Arcabouço No Brasil, o otimismo de investidores é anulado pelo cenário externo adverso. Ontem (24), a Câmara dos Deputados votou os destaques do texto-base do novo arcabouço fiscal, rejeitando todas as quatro emendas apresentadas na sessão. Assim, após ser aprovada esta semana na Casa por 372 votos a favor e 108 contra, a proposta segue sem alterações para o Senado, onde sua avaliação e trâmite devem ser rápidos, segundo o presidente da Casa Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Os destaques rejeitados pelos parlamentares na Câmara tinham como objetivo limitar o aumento do gasto permitido, mesmo que a receita aumente substancialmente, e atribuir uma maior penalização caso haja o descumprimento da meta fiscal.
IPCA-15 em maio Adicionalmente, outro fator que causou impacto no mercado de divisas nesta manhã foi a divulgação do IPCA-15 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conhecido como prévia da inflação para o mês, o indicador ficou em 0,51% em maio, valor elevado, mas abaixo da mediana das estimativas, a qual indicava avanço de 0,64% para o mês. Assim, com a última divulgação, o IPCA-15 acumula alta de 4,07% em 12 meses, abaixo dos 4,16% acumulados nos 12 meses até abril, demonstrando certa desaceleração do avanço inflacionário. Neste mês, sete dos nove grupos de produtos e serviços que são analisados apresentaram alta, com destaque para a de Alimentos e bebidas e de Saúde e cuidados pessoais, ambas com impacto de 0,20 p.p. no indicador e avanço de 0,94% e 1,49%, respectivamente.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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