A taxa de câmbio subiu consistentemente ao longo de toda esta quinta-feira (25), encerrando a sessão negociada a R$ 5,035, variação de +1,6% ante à véspera. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 104,3 pontos, alta de 0,4% em relação ao fechamento de quarta-feira. O mercado de divisas repercutiu os ganhos abrangentes da moeda americana no exterior, que, por sua vez, refletiu os temores de que os Estados Unidos possam entrar em default (calote) pela primeira vez na sua história e a divulgação de dados econômicos que apontam para a resiliência econômica do país, sugerindo que o aperto monetário precisará ser mantido por mais tempo que o antecipado.
Variações | No dia: +1,65% | Na semana: +0,80% | No mês: +0,92% | No ano: -4,64% | Em 12 meses: +4,44% |
“Observação negativa” O dólar negociado no mercado fechou a quinta-feira em alta forte e consistente, refletindo um ambiente externo de aversão ao risco e busca por ativos de qualidade em meio a temores crescentes sobre a possibilidade de os Estados Unidos entrarem em default (calote) pela primeira vez na história. Passou-se mais um dia com encontro e negociação entre as partes sem que se chegue a um acordo. Na noite de ontem, a agência de classificação de risco Fitch disse que colocou o rating de crédito do país – “AAA”, o maior possível, – em “observação negativa” por conta da incapacidade de democratas e republicanos em chegar a um novo acordo sobre o limite de financiamento do Tesouro americano, aproximando-se cada vez mais da data em que se esgotariam os recursos para pagar os compromissos estadunidenses – data incerta, porém tão logo quanto 01 de junho. “A arrogância em relação ao teto da dívida, o fracasso das autoridades dos EUA em enfrentar de forma significativa os desafios fiscais de médio prazo, que levarão ao aumento dos déficits orçamentários e a um crescente fardo da dívida, sinalizam riscos negativos para a qualidade de crédito dos EUA”, alertou a Fitch. A situação se assemelha a agosto de 2011, quando uma Câmara dos Deputados de maioria republicana e um Executivo e um Senado Federal liderado por democratas chegaram a um impasse em relação ao teto da dívida, a agência de classificação de risco S&P Global rebaixou permanentemente sua nota para os títulos americanos de AAA para AA+.
Dados aquecidos para os EUA Contribuiu para o fortalecimento global da divisa americano, também, a divulgação de dados econômicos melhores que o antecipado para os Estados Unidos, sugerindo que o Federal Reserve pode precisar manter os juros mais altos por mais tempos a fim de conseguir estabilizar os preços no país. Nesta manhã, o Departamento de Estatísticas do Trabalho do país revisou para cima, em sua segunda prévia, o Produto Interno Bruto do primeiro trimestre, de uma taxa anualizada de 1,1% para uma taxa anualizada de 1,3% (ou 0,32% trimestral). Adicionalmente, o número de americanos que solicitaram auxílio-desemprego na última semana veio abaixo da mediana das estimativas, bem como o número das últimas duas semanas foi sensivelmente reduzido após a exclusão de casos fraudulentos identificados no estado de Massachussetts. Assim, tais dados sugerem que a economia estadunidense permanece em leve expansão e seu mercado de trabalho se mantém resiliente mesmo após um ciclo agressivo de aperto monetário, o que sugere que a pressão sobre os preços, particularmente sobre os de serviços, pode se manter persistente por mais tempo.
Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 104,3 pontos, alta de 0,4% em relação ao fechamento de quarta-feira. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, o peso mexicano, a lira turca, o rand sul-africano, a rúpia indiana e o rublo russo também se desvalorizaram perante a divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 49,797 pontos, variação de -0,5% ante à véspera.
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