A taxa de câmbio se manteve em elevação durante toda esta terça-feira (30), encerrando a sessão negociada a R$ 5,042, variação de +0,6% ante à véspera. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 104,1 pontos, praticamente estável frente ao término de segunda-feira. O mercado de divisas repercutiu a deflação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de maio, que mostrou queda sensível no preço das principais commodities exportadas pelo Brasil e também ampliou as apostas de que a taxa básica de juros (Selic) pode começar a se reduzir em breve. Adicionalmente, investidores aguardam pela tramitação no Congresso do acordo firmado entre líderes republicanos e democratas, nos EUA, para suspender o limite de endividamento público no país em meio a críticas das alas mais radicais de ambos os partidos.
Variações | No dia: +0,61% | Na semana: +1,15% | No mês: +1,07% | No ano: -4,50% | Em 12 meses: +6,08% |
Deflação do IGP-M O dólar negociado no mercado interbancário fechou a terça-feira em alta pela segunda sessão consecutiva, em um dia de comportamento mais errático de moedas emergentes frente à divisa americana. A tendência de elevação se estabeleceu desde a abertura do pregão, influenciado pela divulgação de que o IGP-M recuou além do esperado, registrando deflação de 1,84% em maio, após deflação de 0,95% em abril. O principal responsável por esse decréscimo do indicador foi a baixa no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), responsável por 60% do IGP-M, que, por sua vez, refletiu a queda nos preços de minério de ferro (-13,26%), soja em grão (-9,31%), milho em grão (-15,64%) e bovinos (-3,34%). A queda no preço destas commodities, todas importantes da pauta exportadora brasileira, pode ter contribuído para o enfraquecimento do real na sessão de hoje. Por outro lado, Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,48% em maio, após uma alta de 0,46% em abril. A deflação do IGP-M foi apontada por diversos analistas como um fator que poderia influenciar o Comitê de Política Monetária a antecipar cortes para a taxa básica de juros (Selic), o que também teria prejudicado o desempenho da moeda brasileira, visto que reduziria o diferencial de juros do país.
Tramitação do acordo da dívida No exterior, prevaleceu um ambiente de cautela moderada após o acordo firmado entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, democrata, e o líder da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, republicano, para suspender o limite de endividamento público do país até 01 de janeiro de 2025 em troca de limites ao crescimento das despesas, particularmente aos gastos discricionários não-militares. Ambos os líderes afirmaram à imprensa que acreditam que o acordo terá os votos suficientes para ser aprovado tanto na Câmara dos Deputados com leve maioria republicana quanto no Senado Federal com leve maioria democrata. Porém, em um contexto de elevada polarização, difícil cooperação e recebendo críticas das alas mais linha-dura de ambos os partidos, investidores temem que o acordo não alcance os votos necessários em alguma das etapas burocráticas antes de chegar ao Plenário das Casas. O texto inicia sua tramitação nesta terça pela Comissão de Regras da Câmara dos Deputados, comitê de quatro democratas e nove republicanos, dos quais três são considerados ultraconservadores – dois já declararam voto contrário ao acordo.
Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 104,1 pontos, praticamente estável frente ao término de segunda-feira. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, o peso mexicano, a lira turca, o rand sul-africano, a rúpia indiana e o rublo russo não tiveram direção definida, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 49,795 pontos, variação de -0,1% ante à véspera.
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