Fechamento de Câmbio

Dólar fecha a quarta em queda, cotado a R$ 4,811
 
Leonel Oliveira Mattos
Alan Lima
Vitor Andrioli
Câmbio reflete pausa nos juros pelo Fed e elevação da perspectiva do crédito do Brasil pela S&P

A taxa de câmbio recuou sensivelmente nesta quarta-feira (14), encerrando a sessão negociada a R$ 4,811, variação de -1,1% ante à véspera. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 103,0 pontos, recuo de 0,3% frente ao término de terça-feira. O mercado de divisas repercutiu a decisão de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed), que decidiu manter estável sua taxa de juros após uma sequência de dez reajustes consecutivos, embora tenha sinalizado a intenção de promover novas elevações ainda este ano. O fortalecimento do real se aprofundou no final do pregão, após a agência de classificação de risco S&P elevar a perspectiva para a nota de crédito do Brasil de "estável" para "positiva”.

Variações | No dia: -1,06% | Na semana: -1,34% | No mês: -5,15% | No ano: -8,88% | Em 12 meses: -6,30% |

Manutenção dos juros nos EUA O dólar negociado no mercado interbancário caiu mais de 1% na sessão desta quarta-feira após o Federal Reserve manter inalterada sua taxa de juros, encerrando um ciclo de dez aumentos consecutivos após quinze meses e mantendo-a no intervalo entre 5,00% e 5,25% a.a. Entretanto, o FOMC sinalizou a intenção de realizar mais reajustes ao longo do ano ao revelar em suas projeções econômicas sumarizadas que 16 de seus 18 integrantes visualizam, no mínimo, mais uma alta, com uma mediana entre 5,50% e 5,75% a.a. Quando questionado por que não antecipar um reajuste para a decisão de hoje, o presidente do Fed, Jerome Powell, argumentou que as autoridades gostariam de observar “os efeitos cumulativos do aperto da política monetária, que possuem efeitos defasados sobre a atividade econômica e a inflação, bem como acontecimentos econômicos e financeiros” por mais tempo. Powell afirmou, também, que a decisão de 26 de julho pode trazer um aumento, mas não foi definido nenhuma postura prévia para comunicar aos agentes de mercado, seja pelo reajuste ou seja pela manutenção.

Perspectiva de crédito positiva Após a decisão do Fed, houve um fortalecimento do real, movimento que se intensificou com o anúncio que a agência de classificação de risco S&P elevou a perspectiva para a nota de crédito do Brasil de "estável" para "positiva", e reafirmou o rating "BB-". A moeda brasileira tem se beneficiado com um otimismo de agentes de mercado em relação ao ambiente macroeconômico do país, e o relatório da S&P reforçou este cenário. As outras duas grandes agências de classificação de risco, Fitch e Moody’s, possuem uma perspectiva “estável”. A melhora na perspectiva da nota de crédito soberano do Brasil reflete, de acordo com a S&P, os sinais de maior certeza sobre a estabilidade da política fiscal e monetária, que poderiam beneficiar as perspectivas ainda baixas de crescimento do PIB brasileiro. Nesse sentido, a agência aponta que o crescimento contínuo do PIB somado ao novo arcabouço fiscal podem resultar “em uma carga da dívida pública menor que o esperado, o que pode apoiar a flexibilização monetária e sustentar a posição externa líquida do país”.

Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 103,0 pontos, recuo de 0,3% frente ao término de terça-feira. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso mexicano, a lira turca, o rand sul-africano e a rúpia indiana também se valorizaram em relação à divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 49,850 pontos, variação de +0,1% ante à véspera.

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