Fechamento de Câmbio

O par real/dólar oscilou entre perdas e ganhos ao longo desta quinta-feira (29), encerrando a sessão negociado a R$ 4,847, recuo de 0,1% frente ao término de quarta-feira. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 103,3 pontos, variação de +0,4% ante à véspera. O mercado de divisas repercutiu a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, do Banco Central (BC), que melhorou favoravelmente suas estimativas de crescimento e inflação para o Brasil em 2023, bem como a revisão mais alta que o esperado para o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre nos Estados Unidos.

Crescimento maior nos EUA O dólar negociado no mercado interbancário alternou altas e baixas ao longo do pregão, refletindo a resiliência da moeda brasileira em um dia que a moeda americana se fortaleceu globalmente perante a maior parte das divisas. Nesta manhã, O Departamento de Análises Econômicas do país divulgou sua última leitura para o crescimento do primeiro trimestre significativamente acima do esperado. Enquanto na primeira prévia o PIB havia crescido 1,1% em uma taxa anualizada, o valor foi elevado para 1,3% em sua segunda estimativa e ajustado para 2,0% em uma taxa anualizada na leitura final. O dado mostra que a atividade econômica no país permanece aquecida e resiliente mesmo diante de um significativo processo de aperto monetário já realizado pelo Federal Reserve, o que, por outro lado, pode resultar em maiores pressões inflacionárias.

Relatório trimestral de inflação No Brasil, o Banco Central divulgou o Relatório Trimestral de Inflação para este 2º trimestre, que revisões favoráveis tanto para crescimento quanto para inflação, reforçando a percepção de que há uma melhora qualitativa do ambiente macroeconômico brasileiro e que há condições para o BC iniciar um processo de cortes à taxa básica de juros (Selic). No documento, a projeção para o PIB em 2023 foi elevada de 1,2%, em março, para 2,0%, agora, enquanto as estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foram reduzidas de 5,8% para 5,0% no mesmo período. Assim, a autoridade monetária revisou a probabilidade de ultrapassar o limite da meta inflacionária este ano de 83%, em março, para 61%, agora.

Mudança no sistema de metas Após o fim das operações, o Conselho Monetário Nacional divulgou que decidiu, em reunião realizada hoje, modificar o sistema de funcionamento das metas de inflação no país, que deixaram de seguir o formato de ano-calendário para estabelecer um alvo contínuo de longo prazo a partir de 2025. A meta foi mantida em 3,0% a.a., bem como os intervalos de tolerâncias, em 1,5 ponto percentual. Esta modificação era aguardada por agentes de mercado após inúmeras declarações nesse sentido pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 103,3 pontos, variação de +0,4% ante à véspera. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, o peso mexicano, o rand sul-africano, a rúpia indiana e o rublo russo se desvalorizaram em relação à divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 48,997 pontos, recuo de 0,2% em relação ao fechamento de quarta-feira.