Fechamento de Câmbio

O par real/dólar apresentou trajetória de alta consistente ao longo de toda esta quinta-feira (06), encerrando a sessão negociado a R$ 4,930, alta de 1,6% em relação ao fechamento de quarta-feira. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 103,1 pontos, variação de -0,2% ante à véspera. O mercado de divisas reagiu com forte aversão ao risco e cautela à extrema dificuldade do governo conseguir avançar com a pauta econômica na Câmara dos Deputados. Após dias sem conseguir aprovar nenhum projeto de lei, reportagens de mídias especializadas afirmavam que o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) irá adiar para o segundo semestre o projeto de lei do Conselho Administrativo sobre Recursos Fiscais (Carf) e o arcabouço fiscal, tentando apreciar a reforma tributária no tempo que resta antes do recesso parlamentar.

Impasse na Câmara O dólar negociado no mercado interbancário fechou a sessão desta quinta em firme alta, em meio a preocupações de investidores de que as votações dos principais projetos econômicos do governo na Câmara dos Deputados sejam adiadas para o segundo semestre. Apesar do presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmar que “não há a possibilidade” de postergamento dos projetos de lei sobre o voto de desempate no Carf, a análise final sobre o arcabouço fiscal e a votação da Proposta de Emenda à Constituição da reforma tributária, poucos acreditam na possibilidade de votação das três matérias após dias de impasse e desacordos entre o governo federal e os parlamentares.

Falta de votos para aprovação Em teoria, a lei do Carf deveria ser apreciada em Plenário primeiro, por estar em regime de urgência e, assim, trancar a pauta da Casa Baixa. Porém, diversas reportagens de mídia especializada divulgaram, hoje, que tanto a proposta do Carf quanto a análise final do arcabouço fiscal ficariam para agosto – o que exigiria a remoção do requerimento de urgência –, focando-se na reforma tributária, que possuiria maior consenso. Ainda assim, há dúvidas se o Planalto possui os votos necessários para a aprovação de uma PEC, que exige duas rodadas com mais de 66% dos votos (308). Em uma votação para se retirar a PEC de pauta, apenas 302 deputados votaram pela manutenção das discussões, o que traz incerteza sobre o placar em uma eventual deliberação em Plenário. Nesse sentido, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que “o PT não tem voto, é preciso conversar com quem tem” e liberou emendas parlamentares em valor recorde por dois dias consecutivos, empenhando R$ 2,1 bilhões na terça (04) e R$ 5,4 bilhões na quarta (05).

Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 103,1 pontos, variação de -0,2% ante à véspera. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, o peso mexicano, a lira turca, o rand sul-africano, a rúpia indiana e o rublo russo também se desvalorizaram em relação à divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 48,469 pontos, recuo de 0,5% frente ao término de quarta-feira.