- Dados econômicos na China devem reforçar a percepção de que a demanda no país está se desacelerando, podendo prejudicar o desempenho de ativos arriscados, como commodities e moedas de países exportadores de produtos primários, como o real.
- Enfraquecimento global da moeda americana deve manter o impulso para valorização de ativos arriscados, como ações, commodities e moedas de países emergentes, tal como o real.
- Dados econômicos no Brasil podem reforçar a percepção de que o crescimento econômico no país está resiliente e há espaço para o Banco Central iniciar cortes à taxa básica de juros (Selic) em agosto, fortalecendo o real.
Resumo da semana passada
O dólar negociado no mercado interbancário encerrou a semana em alta, encerrando a sessão desta sexta-feira (14) cotado a R$ 4,795, variação de -1,4% na semana, +0,1% no mês e -9,2% no ano. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 99,7 pontos, recuo semanal de 2,2%, mensal de 2,8% e anual de 3,5%. O mercado de divisas repercutiu à desvalorização generalizada da moeda americana após a publicação de dados brandos de emprego e inflação para os Estados Unidos, que, por sua vez, fortaleceu diversas divisas pelo globo, como o real. Contribuiu para o fortalecimento do real, também, a divulgação do IPCA de junho abaixo das estimativas de analistas, consolidando as expectativas de que o Banco Central irá começar seu ciclo de cortes à taxa básica de juros (Selic).
Impacto esperado no USDBRL: baixista
Os dados econômicos para os Estados Unidos desta semana devem reforçar a tendência dos últimos meses, com crescimento discreto das vendas do varejo e recuo da produção industrial. Na semana passada, a moeda americana se enfraqueceu intensamente na esteira de dados econômicos que sugeriram uma diminuição das pressões inflacionárias nos EUA. O dollar index, que mede o valor do dólar frente a uma cesta de divisas de economias avançadas, caiu abaixo de 100 pontos pela primeira vez em 15 meses, desvalorizando mais de 3% em sete dias. O núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (CPI), que exclui os voláteis componentes de alimentação e energia, aumentaram apenas 0,16% em junho, o que representaria um valor anualizado abaixo de 2%. A desaceleração foi bastante ampla entre os grupos que compõe o índice, afetando categorias que até então se mostravam mais resistentes, como preços de serviços prestados às famílias. Embora seja precoce afirmar que o desafio inflacionários americano está resolvido, o dado animou economistas e reforçou a interpretação de que as pressões sobre os preços estão diminuindo de maneira mais consistente. A forte desvalorização da moeda americana ocorre em função das expectativas de que o Federal Reserve deve encerrar seu processo de aperto monetário após um último reajuste de 0,25 p.p. em 26 de julho, o que, por sua vez, desestimula investidores a manterem posições em ativos denominados na moeda americana e incentiva a demanda por ativos mais arriscados, como ações, commodities e demais divisas.
Impacto esperado no USDBRL: baixista
Investidores voltam sua atenção à divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de maio, em meio a dados de atividade conflitantes para o mês – serviços apresentou crescimento acima do esperado, porém o varejo recuou além do estimado. De toda forma, a maior parte dos indicadores recentes tem reforçado a leitura de um ambiente macroeconômico mais favorável, contribuindo para a manutenção das apostas de que o Banco Central irá iniciar o seu ciclo de cortes na taxa básica de juros (Selic) na próxima decisão, em agosto. Atualmente, o mercado futuro de juros precifica uma redução de 0,50 p.p., enquanto o Boletim Focus antevê um corte de 0,25 p.p.
Impacto esperado no USDBRL: altista
A agenda econômica da China nesta semana pode prejudicar o desempenho de ativos arriscados, como commodities e moedas de países emergentes, como o Brasil. Na segunda-feira, uma sequência de dados econômicos importantes para o país serão divulgados, como o PIB para o segundo trimestre, a produção industrial de junho, as vendas do varejo de junho e a taxa de desemprego em junho. Embora o crescimento do PIB deva se elevar de 4,5% no primeiro trimestre para, aproximadamente, 7,0% no segundo trimestre, os demais dados devem reforçar a percepção de desaceleração da atividade econômica no país.
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