O par real/dólar oscilava entre perdas e ganhos nas primeiras operações desta quarta-feira (19). No momento da publicação deste texto (10h00min), ele era negociado ao redor de R$ 4,80, recuo de 0,2% frente ao término de terça-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 100,2 pontos, variação de +0,3% ante à véspera. Em novo dia de agenda esvaziada, o mercado de divisas repercute a desaceleração da inflação no Reino Unido e na área do euro, que reforçam a percepção de que as pressões sobre os preços estão diminuindo globalmente e podem influenciar os bancos centrais a interromper seus processos de aperto monetário. No Brasil, investidores devem acompanhar a divulgação das novas projeções para Produto Interno Bruto, inflação e resultado fiscal pela Secretaria de Política Econômica, às 14h00min, seguida de entrevista coletiva de seu secretário, Guilherme Mello.
CPI mais controlado no Reino Unido O dólar negociado no mercado interbancário oscilava entre perdas e ganhos na manhã desta quarta-feira, ao passo que investidores operam com maior otimismo após divulgação de dados da inflação no Reino Unido e zona do euro. De acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas do Reino Unido (ONS), o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) em junho ficou em 0,1%, apresentando desaceleração em relação ao mês anterior, quando foi registrado um avanço de 0,8% dos preços. Para o resultado dos últimos 12 meses, o aumento do nível de preços no Reino Unido foi de 7,9% em junho, ante alta de 8,7% em maio e abaixo da mediana das estimativas, que previa aumento de 8,2%. O núcleo da inflação – indicador que exclui os itens mais voláteis do índice, como alimentação e energia – também apresentou arrefecimento e ficou abaixo do esperado, em 6,9% no comparativo anual. Com a maior inflação dos países do G7 no momento, há uma discussão se o Banco da Inglaterra (BoE) fará um aumento de 0,25 ou 0.50 p.p. na sua próxima decisão de política monetária, em agosto. Assim, com a divulgação dos dados de inflação pela ONS, o otimismo dos investidores foi impulsionado, de modo que se aumentam as apostas num ajuste mais moderado do BoE.
Inflação na Europa Adicionalmente, o Gabinete de Estatística da União Europeia (Eurostat) divulgou nesta manhã os dados de inflação para a zona do euro em junho, os quais indicam avanço de 0,3% ante maio e de 5,5% no comparativo anual. O avanço apresentado pelo CPI da zona do euro estava em linha com os valores esperados pelos agentes, no entanto, o núcleo da inflação ainda se mostra resiliente, ficando em 5,5% na taxa anual, acima do índice do mês anterior, o qual havia ficado em 5,4%. Desse modo, observa-se que há um processo generalizado de arrefecimento da inflação nas economias, com os investidores passando a enxergar a possibilidade do fim do aperto monetário implementado pelos bancos centrais, de forma que o BoE e o Banco Central Europeu devem ser os últimos a finalizá-lo, uma vez que o Reino Unido apresenta a inflação mais alta do G7 e o BCE foi o último banco central a iniciar seu ciclo de altas. Assim, a libra hoje tem demonstrado fraqueza por conta das expectativas de menores juros do banco da Inglaterra, o que ajuda o dólar a ganhar força no mercado, podendo ter algum reflexo altista no real.
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