Após passar quase toda esta quinta-feira (27) em território negativo, o par real/dólar se elevou rapidamente no final da sessão e a encerrou negociado a R$ 4,759, variação de +0,7% ante à véspera. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 101,8 pontos, alta de 0,8% frente ao término de quarta-feira. O mercado de divisas repercutiu o fortalecimento global da moeda americana, resultado da divulgação de dados para o Produto Interno Bruto (PIB) acima do esperado para os Estados Unidos e da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), assim como a queda firme do Ibovespa no Brasil, em função de uma possível alteração na política de dividendos da Petrobras.
Variações | No dia: +0,65% | Na semana: -0,43% | No mês: -0,63% | No ano: -9,87% | Em 12 meses: -9,34% |
Dividendos da Petrobras Após flertar com a barreira de R$ 4,70 ao longo do dia, o dólar negociado no mercado interbancário inverteu seu sentido no final da tarde e encerrou a sessão em alta de quase 1%, a R$ 4,759, acompanhando o fortalecimento generalizado da divisa americana no exterior. O gatilho para a inversão de sentido foi uma reportagem do jornal Valor Econômico de que o Conselho de Administração da Petrobras se reunirá amanhã para discutir sua nova política de distribuição de dividendos e um possível programa de recompra de ações. Em diversas ocasiões, o presidente da empresa, Jean Paul Prates afirmou que considera a atual política de dividendos excessiva e defendeu uma moderação em seus valores a fim de se ampliar os investimentos da estatal. Assim, a reportagem aprofundou as perdas do Ibovespa no dia e enfraqueceu o real.
Crescimento do PIB nos EUA Contribuiu para o enfraquecimento do real, também, a forte valorização do dólar no exterior após a divulgação de que o PIB americano cresceu 2,4% em uma taxa anualizada no segundo trimestre de 2023, ante estimativa mediana de 2,0%, mostrando que a demanda no país permanece resiliente mesmo após um longo processo de aperto monetário feito pelo Federal Reserve. Adicionalmente, os pedidos semanais de auxílio-desemprego continuaram em queda nesta semana, com 221 mil novas solicitações, refletindo que o mercado de trabalho também se mantém com baixa disponibilidade de mão de obra e elevada demanda. Assim, investidores elevaram sua demanda por ativos americanos, impulsionando o valor do dólar.
Decisão do BCE Vale ressaltar, também, que o Banco Central Europeu reajustou nesta manhã sua taxa básica de juros para o maior valor da história da autoridade monetária, passando-a de 3,50% a 3,75% a.a. Em seu comunicado, o BCE afirmou que se mantém preocupado com o elevado valor do núcleo da inflação, que exclui os voláteis componentes de energia e alimentação, ao mesmo tempo em que se atenta ao sinais de desaceleração econômica e de contração das condições financeiras. Para as próximas decisões, a instituição procurou manter as possibilidades em aberto, afirmando apenas que buscará garantir que a taxa de juros se mantenha em “níveis suficientemente restritivos enquanto for necessário”, sem se comprometer nem descartar novos aumentos no futuro.
Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 101,8 pontos, alta de 0,8% frente ao término de quarta-feira. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, o peso mexicano, a lira turca, o rand sul-africano, a rúpia indiana e o rublo russo também se desvalorizaram em relação à divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 48,978 pontos, variação de -0,9% ante à véspera.
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