Abertura de Câmbio

Câmbio começa a sexta em queda, cotado ao redor de R$ 4,70
 
Leonel Oliveira Mattos
Alan Lima
Vitor Andrioli
Dólar reflete abrandamento da inflação nos EUA e flexibilização nos juros japoneses

A taxa de câmbio apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta sexta-feira (28). No momento da publicação deste texto (11h00min), ela era negociada ao redor de R$ 4,72, recuo de 1,0% em relação ao fechamento de quinta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 101,5 pontos, variação de -0,2% ante à véspera. O mercado de divisas repercute a divulgação do Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) de junho nos Estados Unidos, que apresentou crescimento moderado, em linha com as estimativas de analistas. Adicionalmente, a decisão do Banco Central do Japão de flexibilizar o controle de sua taxa de juros em títulos de longo prazo contribuiu para o enfraquecimento da moeda americana, auxiliando a valorização do real. Na agenda do dia, a Fundação Getúlio Vargas publicou o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de julho, às 08h00min, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comunicou dados para o mercado de trabalho de junho, às 09h00min, o Banco Central informou as estatísticas de política fiscal de junho, às 09h30min, a Universidade de Michigan divulga o Índice de Confiança do consumidor americano de julho, às 11h00min, e a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) atualiza a posição semanal dos agentes de mercado às 16h30min.

Moderação da inflação O dólar negociado no mercado interbancário operava em queda na manhã desta sexta-feira, e chegou a romper brevemente a barreira psicológica de R$ 4,70, em meio a um cenário externo favorável a ativos arriscados, porém bastante volátil. A mínima da manhã ocorreu logo após a divulgação do índice PCE de junho pelo Departamento de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos, a métrica mais utilizada pelo Federal Reserve (Fed) para acompanhar preços ao consumidor. O indicador aumentou 0,2% em junho tanto no índice geral quanto em seu núcleo, que exclui os voláteis componentes de alimentação e energia. Assim, a alta acumulada em 12 meses ficou em 3,0% para a métrica total e em 4,1% para o núcleo, reforçando a percepção de que a inflação nos EUA está moderando e que o Fed não precisará realizar mais reajustes a sua taxa de juros para reestabilizar os preços, diminuindo a rentabilidade de títulos denominados em dólar e, por isso, prejudicando o desempenho da divisa americana.

Mudança no controle de juros Contribui para o enfraquecimento global da moeda americana, também, uma suave alteração na política monetária japonesa anunciada nesta madrugada. Embora o Banco Central do Japão (BoJ) tenha mantido sua taxa de juros inalterada em -0,10% a.a., a autoridade monetária vai flexibilizar suas intervenções nos juros dos títulos de longo prazo de forma a “agilmente” responder a riscos como pressões de preços. Atualmente, o BoJ interfere para manter os títulos de dívida de dez anos com taxas de juros de 0,0% a.a., com uma margem de tolerância de 0,50 p.p. para mais ou para menos. A mudança de hoje torna esses intervalos “referência” ao invés de “limites rígidos”, dando maior flexibilidade para o banco central. A medida foi interpretada como um primeiro passo, sutil, na direção para se iniciar um processo de aperto monetário no país e promoveu uma forte volatilidade no iene, com um fortalecimento de 1,2% seguido de um enfraquecimento de 1,0%, mas com saldo positivo para a moeda.

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.
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