A taxa de câmbio apresentava forte tendência de elevação nas primeiras operações desta quinta-feira (03). No momento da publicação deste texto (10h00min), ela era negociada ao redor de R$ 4,88, alta de 1,1% em relação ao fechamento de quarta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 102,6 pontos, praticamente estável ante à véspera. O mercado de divisas repercute a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) que, ontem, decidiu reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 p.p., de 13,75% a.a. para 13,25% a.a. O placar da decisão foi dividido em 5 votos a 4, mostrando dissenso no Comitê em relação à trajetória ideal para os juros neste momento. Adicionalmente, contribui para o enfraquecimento do real a publicação de dados fracos para a atividade econômica na área do euro, ampliando temores de uma recessão econômica no continente. Na agenda do dia, o Banco Central da Inglaterra informou sua decisão de política monetárias, às 08h00min, o Banco Central divulgou o Índice de Commodities Brasil (IC-Br) de julho, às 08h30min, e atualiza o fluxo cambial semanal, às 14h30min, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos atualizou os pedidos semanais de auxílio-desemprego, às 09h30min, a S&P Global comunicou o Índice de Gerentes de Compras (PMI) de serviços e composto do Brasil de julho, às 10h00min, e o instituto ISM informa o PMI de serviços americano, às 11h00min.
Decisão do Copom O dólar negociado no mercado interbancário operava em forte alta na manhã desta quinta-feira, após decisão de corte dos juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Ontem (02), as apostas dos investidores dividiam-se entre um corte de 0,25 e 0,50 ponto percentual, e, do mesmo modo, não houve consenso entre os membros do Copom sobre qual seria o ajuste adequado. Dessa forma, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, teve o voto de minerva para a decisão de reduzir a taxa básica da autarquia em 50 pontos-base. A conjuntura macroeconômica foi favorável para um corte mais robusto da taxa Selic, com a inflação apresentando trajetória descendente nos últimos meses, contudo, tal decisão impacta negativamente o diferencial de juros do país, com títulos do Tesouro passando a render menos e tornando-se menos atrativo para investidores estrangeiros. Assim, há uma expectativa menor de entrada de divisas, o que gera um efeito altista no câmbio.
PMI da zona do euro Adicionalmente, contribui para o enfraquecimento do real a divulgação do Índice de Gerente de Compras (PMI) da zona do euro e da Inglaterra indicando desaceleração da atividade econômica na Europa. Para a zona do euro, o PMI da indústria em julho caiu e ficou em 48,6 – valor menor que 50, o que indica retração do setor – ao passo que o indicador de serviços foi de 52 em junho para 50,9 no último mês, uma queda maior que o previsto pela mediana das estimativas. Os dados econômicos decepcionantes para a Europa nos últimos meses ampliam os temores de recessão no continente. Desse modo, o Banco Central Europeu precisa balizar os riscos de manter o aperto monetário a fim de controlar o avanço inflacionário – que continua num alto patamar – enquanto a atividade econômica dá sinais de arrefecimento. Assim, amplia-se o sentimento de aversão ao risco entre os agentes, o que prejudica o desempenho dos ativos brasileiros.
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