O par real/dólar apresentava tendência de elevação nas primeiras operações desta terça-feira (08). No momento da publicação deste texto (10h00min), ele era negociado ao redor de R$ 4,93, variação de +0,7% ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 102,7 pontos, alta de 0,6% em relação ao fechamento de segunda-feira. O mercado de divisas repercute a divulgação da ata da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), após uma redução mais rápida que o esperado para a taxa básica de juros (Selic) na semana passada. Adicionalmente, o ambiente internacional era de cautela e aversão a riscos após a agência de classificação de riscos Moody’s reduzir a avaliação de crédito de 10 bancos de pequeno e médio porte nos Estados Unidos e sinalizar que pode fazer o mesmo com instituições de porte maior. Na agenda do dia, o presidente do Federal Reserve (Fed) da Philadelphia, Patrick Harker, discursou às 09h15min, o presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, palestrou às 09h30min, e o Departamento de Análises Econômicas americano divulgou a balança comercial de junho, às 09h30min.
Desaceleração econômica na China O dólar negociado no mercado interbancário operava em alta na manhã desta terça-feira, refletindo um ambiente de negócios avesso ao risco e de cautela por investidores em meio a um noticiário desfavorável para ativos arriscados. Durante a madrugada, a China divulgou que seu comércio exterior se desacelerou mais profundamente que o esperado. As importações de julho diminuíram 12,4% ante julho do ano passado, contra uma estimativa mediana de -5,0%, ao passo que as exportações caíram 14,5% no mesmo período, contra uma estimativa mediana de 12,5%. Os dados reforçam as perspectivas negativas para a economia chinesa, pois a queda das exportações mostra uma perda de dinamismo da atividade industrial global, enquanto a queda das importações mostra a desaceleração da demanda interna do país.
Rebaixamento do rating de bancos Contribui para o fortalecimento da moeda americana, também, o anúncio pela agência de classificação de risco Moody’s de que rebaixou a nota de crédito de dez instituições financeiras de pequeno e médio porte dos Estados Unidos, revisou para perspectiva negativa de outras onze e estuda mudar a classificação de outros seis bancos de grande porte. A agência afirmou que os custos mais elevados de financiamento e as pressões sobre a rentabilidade dessas instituições motivou estas alterações, que, por sua vez, reacendeu um sentimento de pessimismo e de aversão a riscos em investidores internacionais.
Ata do Copom O enfraquecimento do real é limitado pela divulgação da ata da decisão do Copom, que buscou explicar mais detalhadamente as mudanças adotadas na semana passada. O Comitê buscou reforçar que as reduções da taxa básica de juros (Selic) ocorrerão no ritmo de 0,50 p.p., afastando a possibilidade de cortes mais agressivos, buscando apontar que todos os integrantes do colegiado enxergam a necessidade de manter uma política monetária contracionista e cautelosa. A perspectiva de um estreitamento mais lento do diferencial de juros brasileiro poderia beneficiar o real, mas não foi o suficiente para se contrapor ao ambiente externo.
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