- Ata do FOMC deve mostrar que a maior parte dos integrantes do Federal Reserve defende mais reajustes de juros ao longo do ano, podendo contribuir para o fortalecimento da moeda americana.
- Possibilidade de votação final do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados ampliaria o otimismo com o cenário macroeconômico e fiscal brasileiro e pode contribuir para a atração de investimentos estrangeiros, fortalecendo o real.
- Dados econômicos nos EUA podem reforçar a percepção de que a atividade econômica se mantém melhor que o esperado e a inflação continua moderando no país, reforçando a percepção de que os juros no país estão em seu ponto de máximo e enfraquecendo o dólar.
Resumo da semana passada
O dólar negociado no mercado interbancário encerrou a semana em alta, encerrando a sessão desta sexta-feira (11) cotado a R$ 4,905, ganho semanal de 2,5%, mensal de 3,7%, porém recuo anual de 7,1%. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 102,8 pontos, variação de +0,9% na semana, +1,1% no mês e -0,5% no ano. O mercado de divisas repercutiu a divulgação da ata da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a publicação de dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos e no Brasil e o rebaixamento da nota de crédito de bancos americanos pela agência de classificação de risco Moody’s.
Impacto esperado no USDBRL: altista
O foco da atenção dos investidores nesta semana deve ser a ata da decisão de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed). O documento deve mostrar um amplo apoio entre seus participantes para a alta realizada em 26 de julho, porém é possível que também sinalize alguma incerteza sobre a trajetória de juros futura. Em declarações públicas após a decisão, a maior parte das autoridades do Banco Central sinalizou que espera mais reajustes de juros ao longo do ano, mas alguns membros afirmaram que o ciclo de aperto monetário pode ter se finalizado caso a inflação no país continue moderando nos próximos meses. Assim, é possível que a ata já mencione alguma divergência entre os integrantes do FOMC e reforce a importância dos dados econômicos em suas próximas decisões. De toda forma, os agentes de mercado mantêm suas apostas de que os juros americanos estão em seu ponto de máximo.
Impacto esperado no USDBRL: baixista
O relator do arcabouço fiscal (PLP 93/2023) na Câmara dos Deputados, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), afirmou na semana passada que vê “espaço” para discutir a matéria nesta semana. O texto aprovado no Senado Federal foi diferente daquele aprovado pela Câmara e, por isso, o rito processual exige que os deputados analisem somente as emendas ao projeto, isto é, os pontos modificados pelos senadores, acatando as sugestões ou retornando ao texto aprovado inicialmente na Casa Baixa. Analistas políticos atribuem a demora da apreciação do texto aos diversos adiamentos da reforma ministerial no governo de Luiz Inácio Lula da Silva que buscaria acomodar mais espaço para partidos do chamado “Centrão”. Contudo, reportagem do jornal Folha de São Paulo afirma que as mudanças podem acontecer nesta semana, o que auxiliaria na votação do projeto. No Senado Federal, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) iniciará nesta terça-feira (15) a discussão sobre a Proposta de Emenda à Constituição da reforma tributária (PEC 45/2019), aprovada em julho pela Câmara. De acordo com o presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a expectativa é votar o projeto em até dois meses.
Impacto esperado no USDBRL: baixista
A demanda do consumidor deve permanecer em elevação no mês de julho e emendar o quarto mês de crescimento consecutivo, reforçando a leitura recente de um “pouso suave” da economia americana. Embora a atividade econômica esteja em suave desaceleração, as vendas ao varejo têm mostrado notável resiliência e sustentado o crescimento no país. Já a produção industrial, por outro lado, tem apresentado um desempenho bastante ruim, embora o dado de julho deva ser levemente positivo.
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