Abertura de Câmbio

Aprovação do arcabouço O dólar negociado no mercado interbancário operava em queda na manhã desta quarta-feira após aprovação do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados. A nova regra vai substituir o teto de gastos, implementado em 2016 durante o governo Temer. Com a nova âncora, o Governo Federal poderá aumentar as despesas entre 0,6% e 2,5% acima da inflação, de modo que será estabelecido um regime anticíclico no qual o governo deve gastar mais quando a economia apresentar um crescimento menor, e limitará as despesas ao reportar um avanço da atividade econômica. Nesta última votação, os deputados acataram apenas a alteração do Senado de retirar da nova regra o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e as despesas com o Fundo Constitucional do Distrito Federal. Após vários adiamentos, o texto finalmente foi aprovado e segue para sanção presidencial, de maneira que o otimismo dos investidores é impulsionado pelas perspectivas positivas para as contas públicas, o que favorece o desempenho do real e de ativos brasileiros.

Recessão na zona do euro? Adicionalmente, no exterior o dólar ganha força com a divulgação do índice de gerente de compras (PMI) preliminar da zona do euro apresentar um resultado bem abaixo do esperado com o pior resultado em 33 meses. A prévia do PMI composto – que inclui dados tanto da indústria quanto do setor de serviços – de agosto marcou 47 pontos, abaixo da marca de 50 pontos que indica estabilidade. O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas e do valor registrado no mês anterior, quando o índice composto ficou em 48,6 pontos, o que mostra que a economia da zona do euro apresentou retração a um ritmo maior. Para os serviços, o índice prévio recuou de 50,9 em julho para 48,3 pontos neste mês, passando de expansão para retração do setor. A indústria, por sua vez, apresentou um ligeira melhora, indo de 42,7 para 43,7 pontos, mas ainda abaixo do limiar de 50 pontos e, portanto, indicando contração. Desse modo, os novos dados mostram a possibilidade de uma recessão econômica no continente num momento que a inflação permanece em patamares razoavelmente altos, de modo que a conjuntura dificulta a atuação do Banco Central Europeu, que deve ter seu trabalho na política monetária restringido. Assim, há uma ampliação do sentimento de aversão ao risco entre os investidores, com maior busca por ativos de segurança, o que tende a fortalecer a moeda americana, de maneira que os ganhos do real são limitados.