A taxa de câmbio apresentou queda firme ao longo desta quarta-feira (23), encerrando a sessão negociada a R$ 4,857, recuo de 1,6% frente ao término de terça-feira. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 103,4 pontos, variação de -0,2% ante à véspera. O mercado de divisas repercutiu positivamente a aprovação final do arcabouço fiscal pelo Congresso Nacional, bem como o enfraquecimento das divisas de economias avançadas após a divulgação da prévia do Índice de Gerente de Compras (PMI) abaixo do esperado para a Europa e para os Estados Unidos.
Aprovação do arcabouço O dólar negociado no mercado interbancário apresentou a maior queda percentual diária desde 06 de janeiro, desvalorizando mais de 1,6% na sessão desta quarta-feira. A moeda americana já exibia sinais de fraqueza desde o início da sessão, refletindo uma recuperação do otimismo de investidores nacionais após a aprovação em definitivo do novo arcabouço fiscal pela Câmara dos Deputados. A nova regra vai substituir o teto de gastos, implementado em 2016 durante o governo Temer. Com a nova âncora, o Governo Federal poderá aumentar as despesas entre 0,6% e 2,5% acima da inflação, de modo que será estabelecido um regime anticíclico no qual o governo deve gastar mais quando a economia apresentar um crescimento menor, e limitará as despesas ao reportar um avanço da atividade econômica. Nesta última votação, os deputados acataram apenas a alteração do Senado de retirar da nova regra o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e as despesas com o Fundo Constitucional do Distrito Federal. O texto segue para sanção presidencial.
Desaceleração da economia global O fortalecimento do real ganhou impulso, porém, com a divulgação das prévias do PMI para a área do euro e para os Estados Unidos. Na área do euro, a leitura preliminar do PMI composto recuou de 48,6 pontos em julho para 47,0 pontos em agosto, abaixo da marca de 50 pontos que separa crescimento de retração e abaixo da mediana das estimativas, o que sugere a possibilidade de uma recessão econômica no continente num momento que a inflação ainda permanece em patamares distantes da meta do Banco Central Europeu. Nos Estados Unidos, a prévia do PMI composto caiu de 52,0 pontos em julho para 50,4 pontos em agosto, com uma queda particularmente sensível na demanda por serviços. Tal dado, se confirmado na leitura final, desafia as interpretações de que um “pouso suave” seria possível nos Estados Unidos e que a economia do país poderia sofrer uma desaceleração mais intensa. Após a divulgação destes índices, as projeções de juros para os Estados Unidos e para a Europa se reduziram, em virtude da expectativa de uma possível recessão econômica, contribuindo para o enfraquecimento das moedas dessas economias em favor de moedas de países emergentes, como o Brasil.
Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 103,4 pontos, variação de -0,2% ante à véspera. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso mexicano, a lira turca, o rand sul-africano e a rúpia indiana também se valorizaram em relação à divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 48,186 pontos, alta de 0,9% frente ao término de terça-feira
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