Abertura de Câmbio

Estimativa final do PIB americano O dólar negociado no mercado interbancário operava em alta na manhã desta quinta-feira enquanto investidores repercutem a divulgação de dados importantes da economia dos Estados Unidos. O Departamento do Comércio americano (DOC) publicou a estimativa final para o PIB do país no 2º trimestre do ano, indicando crescimento de 2,1% em abril, maio e junho, resultado dentro das expectativas dos agentes do mercado. Ademais, o Departamento do Trabalho dos EUA (DOL) reportou que foram realizados 204 mil novos pedidos de auxílio-desemprego na última semana, ligeiramente abaixo da mediana das estimativas, que projetava 211 mil novos pedidos do benefício, mas ainda sinalizando estabilidade do mercado de trabalho estadunidense. Tais dados são lidos sob o contexto de alta dos títulos do Tesouro americano, que se dá em função das expectativas dos operadores de que os juros no país devem se manter num patamar mais alto por mais tempo. Com indicativos de que a economia dos Estados Unidos ainda se encontra aquecida, os investidores entendem que o Federal Reserve deve se manter alerta para os riscos inflacionários associados ao nível de atividade econômica, de modo que há menos apostas em cortes dos juros no curto prazo, fazendo os rendimentos dos treasuries de prazos maiores aumentarem. Assim, a tendência de manutenção dos juros americanos em níveis mais altos fortalece o dólar e prejudica o desempenho de ativos de risco, como commodities, ações e moedas emergentes. 

Relatório Trimestral de Inflação Por outro lado, repercute também no mercado de divisas as estimativas positivas para o crescimento econômico do Brasil em 2023, divulgadas no Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central. De acordo com o documento, a autarquia prevê que o avanço inflacionário acumulado de 12 meses deve chegar a 5,02% ao fim do ano, com aumento da probabilidade de a inflação ficar acima do limite superior da meta, a qual foi de 61% no relatório divulgado em junho para 67% neste último. No relatório, o BC elevou as projeções para o aumento do PIB em 2023 de 2,0% para 2,9%, justificando a revisão pela surpresa positiva observada no 2º trimestre e por estimativas ligeiramente mais otimistas para a evolução do consumo das famílias, serviços e indústria. Nesse sentido, a divulgação do relatório pelo Banco Central acabou por elevar o apetite por risco dos agentes, favorecendo o desempenho de ativos brasileiros.