Panorama Semanal de Câmbio

Panorama de câmbio: principais eventos da semana
 
Leonel Oliveira Mattos
Alan Lima
Vitor Andrioli
Dólar deve refletir ata do FOMC e dados de inflação do Brasil, dos EUA e da China
Fatores altistas
  • Ata da última decisão de política monetária do FOMC deve reforçar a interpretação de que as autoridades do Federal Reserve desejam elevar os juros mais uma vez ainda em 2023 e pressionar os rendimentos dos títulos do tesouro americano, promovendo aversão ao risco entre investidores e fortalecendo o dólar.
  • CPI de setembro para os Estados Unidos pode reforçar a percepção de que a moderação de preços no país não ocorre a um ritmo considerado suficiente pelo Federal Reserve, que pode manter os juros elevados por mais tempo e contribuir para o fortalecimento do dólar.
Fatores baixistas
  • Divulgação do IPCA de setembro pode reforçar a interpretação de que o espaço para cortes de juros pelo Banco Central está reduzido, o que, por sua vez, contribui para um diferencial de juros mais vantajoso para o Brasil e pode contribuir na atração de investimentos financeiros e no fortalecimento do real.
  • Dados de inflação e balança comercial na China podem reforçar a percepção de uma melhora da economia do país no mês de setembro e elevar o apetite de investidores por ativos arriscados, beneficiando o real.
 

Resumo da semana passada

O dólar negociado no mercado interbancário terminou a semana em alta, encerrando a sessão desta sexta-feira (06) cotado a R$ 5,1621, variação de +2,7% na semana, +2,7% no mês e -2,2% no ano. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta em alta pela décima segunda semana consecutiva, com ganho semanal de 0,3%, mensal de 0,3% e anual de 2,7%. O mercado de divisas repercutiu a alta contínua e sustentada dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano provocada por dados aquecidos para a atividade produtiva e para o mercado de trabalho nos Estados Unidos.

Dólar comercial (US$/R$) e Dollar Index (pontos)
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Fonte: StoneX cmdtyView. Elaboração: StoneX
 
O MAIS IMPORTANTE: Ata da decisão do FOMC

Impacto esperado no USDBRL: altista

O foco da atenção dos investidores nesta semana deve ser a divulgação da ata da última decisão de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed). Desde a decisão do FOMC, em que os membros do Fed reafirmaram sua postura mais cautelosa ante à inflação e a possibilidade de mais uma alta de juros ainda em 2023, os rendimentos dos títulos do tesouro americano subiram de forma consistente em função da expectativa de que os juros permanecerão mais elevados por um tempo mais longo nos EUA. Essa expectativa foi reforçada com a divulgação de dados mais aquecidos para a atividade produtiva e para o mercado de trabalho, como os Índices de Gerentes de Compras (PMI) para indústria e serviços de setembro, a criação de empregos urbanos em setembro e a abertura de novas vagas de trabalho em agosto. Esta elevação dos juros ocorre particularmente nos títulos de prazos mais longos, como os de vencimento em 10 anos e em 30 anos.

Esta conjuntura está modificando lentamente a perspectiva dos agentes econômicos sobre a economia americana. Se até há alguns meses havia a percepção de que o país poderia fazer um “pouso suave”, isto é, estabilizar seus preços sem uma desaceleração brusca da produção ou rápido aumento do desemprego, a elevação dos títulos do tesouro americano para o maior nível desde 2007, o rápido do aumento dos juros dos títulos públicos – e seus efeitos em cadeia sobre outros juros de empréstimos e financiamentos para pessoas físicas e jurídicas – gerou temores entre especialistas de que uma crise econômica possa efetivamente ocorrer em um curto-prazo, seja pelo efeito recessivo dos juros altos ou pela deflagração de algum evento adverso, como uma crise financeira.

Rendimento do título do tesouro americano de 10 anos (% a.a.)
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Fonte: Refinitiv. Elaboração: StoneX.

 

CPI de setembro nos EUA

Impacto esperado no USDBRL: altista

Outro destaque da semana será a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de setembro nos Estados Unidos. A previsão de analistas é de que ocorra uma nova leitura moderada, assim como nos últimos quatro meses, especialmente no “núcleo” do índice, que exclui os voláteis componentes de alimentação e energia. Contudo, este é um momento de maior estresse no cenário americano, em que as percepções de um “pouso suave” entre os agentes econômicos estão sendo revisitadas por conta da elevação sustentada dos rendimentos dos títulos do tesouro americano. Dessa forma, é provável que o CPI influencie a percepção global sobre as condições econômicas americanas no próximo mês.

 

IPCA de setembro

Impacto esperado no USDBRL: baixista

No Brasil, os investidores estarão atentos à divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, com expectativa mediana de aumento de 0,4% no mês e alta acumulada de 5,3% em 12 meses. Em meio ao estresse externo causado pelo aumento dos rendimentos do tesouro americano, pela elevação dos preços internacionais do petróleo e pela desaceleração da demanda europeia e chinesa, os dados de inflação podem ter relevância maior que o habitual para determinar o espaço disponível para o ritmo de cortes na taxa básica de juros (Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central. No intervalo de apenas algumas semanas, as apostas no mercado futuro de juros (DI) elevaram a previsão da taxa básica ao final do ciclo de reduções de 8,75% a.a. para quase 10,75% a.a. nesta sexta-feira (06).

 

Dados para a economia chinesa

Impacto esperado no USDBRL: baixista

Na madrugada da quinta-feira (12), o Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS) divulgará os dados de Índice de Preços ao Consumidor (CPI), ao Produtor (PPI) e da balança comercial do país, todos referentes a setembro. Os dados permitirão uma leitura mais atualizada das condições de demanda interna do país após dados recentes de vendas do varejo e de produção industrial superarem as estimativas de analistas, influenciado o desempenho de ativos arriscados, como commodities, ações e moedas de países exportadores de produtos primários, como o Brasil.

 

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TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.
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