CPI de dezembro O dólar negociado no mercado interbancário operava em queda na manhã desta quinta-feira, após a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de dezembro dos Estados Unidos. Na semana passada, o Departamento do Trabalho americano (DOL) apontou para um nível de atividade maior que o esperado no país no último mês, aumentando os temores relativos aos ricos inflacionários atrelados ao nível de atividade econômica no país, enfraquecendo a percepção de que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve iniciaria o ciclo de cortes da autarquia na reunião do dia 20 de março. Hoje, Departamento de Estatísticas Trabalhistas (BLS) mostrou um crescimento da inflação ligeiramente acima do esperado no mês de dezembro, a saber, um crescimento de 0,3% no índice geral e aumento de igual valor no núcleo do indicador, que exclui os preços mais voláteis, como os de alimentação e energia, resultando em uma alta acumulada em 12 meses de 3,4% e de 3,9%, respectivamente. A mediana das estimativas previa leve alta de 0,2% no comparativo mensal e avanço de 3,2% no resultado acumulado de 12 meses, ao passo que para o núcleo se esperava um resultado igual ao índice cheio na base mensal e de alta de 3,8% para o ano, de modo que, agora, os investidores calibram suas expectativas acerca do afrouxamento monetário nos Estados Unidos. Ademais, os operadores também voltam sua atenção para os pedidos semanais de auxílio-desemprego, divulgados pelo DOL, para acompanhar a evolução do mercado de trabalho no país, de forma que, caso o número de pedidos do benefício seja menor que o previsto, a leitura de que o setor permanece aquecido deve prevalecer, contribuindo para aliviar o apetite por risco dos agentes. Assim, com o resultado ligeiramente mais forte que o esperado para o CPI americano, os investidores têm seu otimismo mitigado e amplia-se o entendimento de que o Fed pode manter as condições restritivas por mais tempo, o que tende a fortalecer a moeda americana frente a outras divisas.
IPCA Adicionalmente, o mercado de divisas também repercute a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, o qual reportou avanço de 0,56% na base mensal, fechando o ano com resultado acumulado de 4,62%, isto é, dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Após dois anos encerrados com a inflação acima do alvo do Banco Central, em 2023 o Brasil ficou dentro do intervalo determinado de até 4,75% – para uma meta de 3,25% com tolerância de até 1,5 ponto percentual – e com o menor valor para um mês de dezembro desde 2018. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos nove grupos analisados, cinco apresentaram desaceleração no ano, sendo os resultados mais expressivos o da categoria de Alimentação e bebidas, que foi de 11,64% para 1,03%, e do grupo de Vestuário, o qual foi de 18,02% para 2,92%. Apesar de o IPCA de dezembro ter ficado acima do consenso de 0,49%, o resultado do indicador ainda está em consonância com as sinalizações do Copom de manter o ritmo de cortes em 0,50 p.p., de forma que não altera as apostas acerca da condução da política monetária brasileira.