PCE de dezembro O dólar negociado no mercado interbancário operava em queda na manhã desta sexta-feira enquanto os agentes aguardam pela divulgação do Índice de Preços de Despesas com Consumo Pessoal (PCE) após dados do Departamento do Comércio dos EUA (DOC) indicarem uma taxa anualizada de crescimento de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) americano para o 4º trimestre, acima da previsão de 2,0%, porém com inflação menor que o esperado no período. Assim, o resultado da economia estadunidense mostrou sinais mistos e adicionou dúvidas às perspectivas de início do ciclo de cortes do Federal Reserve. Nesse sentido, a leitura do PCE, indicador de inflação favorito do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) na formulação da política monetária, deve auxiliar os operadores a recalibrarem suas expectativas para as próximas decisões. Para o índice cheio, a mediana das estimativas do mercado prevê o avanço de 0,2% na base mensal, de modo que encerraria o ano com alta de 2,7%, ao passo que para o núcleo da inflação é esperado um aumento de mesma magnitude no comparativo com novembro e de 3,0% no acumulado do ano. Caso os dados do DOC mostrem um resultado mais forte que o esperado, os investidores devem adiar suas apostas para a data de início do afrouxamento monetário do Fed, antecipando que os juros devem ser mantidos num patamar restritivo por mais tempo que o imaginado anteriormente, o que tende a desfavorecer o desempenho dos ativos brasileiros e causar pressões altistas ao câmbio.
IPCA-15 de janeiro Adicionalmente, os agentes nacionais repercutem a publicação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de janeiro, indicador conhecido como a prévia oficial da inflação brasileira. Para o mês, o índice do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sinalizou desaceleração em relação a dezembro, com avanço de 0,31%, ante alta de 0,40% no último mês. Abaixo das estimativas, que previam alta de 0,47%, o IPCA-15 foi puxado principalmente pelo grupo de Alimentação e Bebidas, que apresentou avanço de 1,53% em janeiro, impactando o índice em 0,32 ponto percentual. A prévia do índice de preços é lida com atenção pelos agentes por se tratar do último resultado para a inflação antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do dia 31 de janeiro, apesar de estarem consolidadas as expectativas de continuidade do ritmo do ciclo de corte com redução de 0,50 ponto percentual da taxa básica do Banco Central.