Palestra da Campos Neto O dólar negociado no mercado interbancário operava em queda na manhã desta quarta-feira, dia de agenda esvaziada. Com poucos eventos relevantes para o mercado de divisas, os investidores hoje devem acompanhar os discursos de autoridades dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos. De acordo com ata divulgada ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, relativa à sua última decisão, a inflação brasileira tem evoluído da forma esperada pelos dirigentes da autarquia, apresentando tendências desinflacionárias, de modo que os membros do comitê não alteraram suas projeções e mantiveram a sinalização de que o ritmo de cortes deve ser continuado nas próximas reuniões. Apesar de a ata indicar que o Copom acredita que a inflação esteja progredindo de acordo com suas estimativas, o documento afirma que foi debatido durante a reunião a recente alta dos preços de serviços, levantando um ponto de atenção aos agentes. Adicionalmente, nesta manhã o Banco Central divulgou dados da dívida pública brasileira, os quais sinalizaram que, em dezembro de 2023, o país registrou um déficit primário de R$ 129,6 bilhões, de maneira que o ano foi encerrado com saldo negativo de R$ 249,1 bilhões, ou 2,29% do PIB, contra o superávit primário de R$ 126 bilhões (1,25%) registrado em 2022, reforçando as preocupações dos operadores de mercado quanto ao desafio de zerar o déficit fiscal do Brasil em 2024. Assim, os investidores devem acompanhar as falas do presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, durante palestra, a fim de buscar novas sinalizações acerca da atuação do Banco Central e de que modo o balanço de risco da instituição pode ser afetado.
Autoridades do Fed discursam Adicionalmente, os agentes também devem acompanhar palestras de membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve nesta manhã. Após uma série de indicadores para os Estados Unidos mostrarem que a economia americana se encontra mais aquecida que o esperado, os dirigentes do Fed adotaram uma postura mais cautelosa e reforçaram o posicionamento de que, para se iniciar o ciclo de cortes da instituição, seria necessário haver maior segurança de que o nível de atividade da economia não causa a elevação das pressões inflacionárias. Dessa forma, os operadores passaram a adiar suas apostas para o começo do afrouxamento monetário da instituição, além de reduzirem o número previsto de cortes durante o ano. Agora, os agentes avaliarão os discursos de membros do FOMC em busca de entender suas perspectivas para a trajetória dos juros americanos.