Variações | No dia: -0,42% | Na semana: -0,54% | No mês: -1,21% | No ano: +5,74% | Em 12 meses: +4,93% |
Surpresas no PPI Após uma manhã volátil, o dólar negociado no mercado interbancário inverteu se sentido para queda ao longo do dia, em linha com o enfraquecimento global da moeda americana após a divulgação de dados mistos para o PPI dos EUA de abril. Em uma primeira impressão, abril apresentou uma nova alta acima da mediana das estimativas, com crescimento mensal de 0,5% tanto no índice geral quanto em seu núcleo, que exclui os voláteis componentes de alimentação e energia. A princípio, isso sinaliza que a inflação nos EUA pode se tornar mais persistente e reduzir a possibilidade de cortes de juros pelo Federal Reserve, resultando em um fortalecimento do dólar. Entretanto, os dados para o mês de março foram revisados significativamente para baixo, passando de +0,2% para -0,1% tanto no índice cheio quanto no núcleo. Dessa forma, a alta acumulada em 12 meses ficou muito próxima ao esperado, com o índice cheio acumulando crescimento de 2,2% (em linha com o estimado) e o núcleo aumento de 2,4% (estimativa mediana de 2,3%). Essa revisão diminuiu os temores de uma inflação persistente nos EUA, e o dólar passou a enfraquecer internacionalmente. Agora, investidores aguardam pela divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de abril, amanhã, para tirar conclusões mais informadas sobre o quadro inflacionário americano.
Ata do Copom mais firme Adicionalmente, contribuiu para o fortalecimento do real a publicação da ata da decisão de quarta passada (08) do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que buscou explicitar a divergência entre seus integrantes e mostrar coesão após um placar dividido na redução para a taxa básica de juros (Selic). Todos os membros do Comitê avaliaram que a política monetária precisa ser conduzida com maior cautela e firmeza contra a inflação “diante do cenário global incerto e do cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas [para a inflação] desancoradas”. A divergência para a decisão de reduzir o ritmo de cortes da taxa Selic de 0,50 p.p. para 0,25 p.p. ocorreu, segundo o documento, por uma divergência sobre quanto o cenário econômico se alterou entre a reunião de março e a de maio e se valeria a pena não seguir a sinalização futura (“foward guidance”) manifestada em março. Para o grupo majoritário (os cinco integrantes indicados pelo ex-presidente Bolsonaro) o quadro econômico se alterou significativamente e é “muito mais importante” mostrar compromisso com o combate à inflação e com a ancoragem das expectativas inflacionárias do que um “eventual custo reputacional de não seguir um guidance”. Para o grupo minoritário (os quatro integrantes indicados pelo presidente Lula), contudo, o cenário não divergiu significativamente em relação ao esperado “a ponto de valer o custo reputacional de não seguir o guidance”. No geral, o documento foi tido como um sinal de que o Copom deve reduzir menos que o antecipado a taxa básica de juros, o que melhora as perspectivas para o diferencial de juros brasileiro e pode contribuir para a atração de investimentos externos, fortalecendo o real.
Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 105,0 pontos, variação de -0,2% ante à véspera. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, a lira turca e o rublo russo também se valorizaram em relação à divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 46,922 pontos, avanço de 0,2% frente ao término de segunda-feira.
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