Abertura de Câmbio

Câmbio inicia a quarta em alta, cotado ao redor de R$ 5,15
 
Leonel Oliveira Mattos
Lucca Bezzon
Vitor Andrioli
 
Dólar deve refletir ata do FOMC, dados fiscais brasileiros e mau humor externo

▲ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,15 (+0,9%)
▲ Dollar Index (DXY): ~104,8 pontos (+0,1%)

O mercado de divisas deve se manter em compasso de espera pela ata da última decisão de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed) e de números para as contas públicas brasileiras, ambos esta tarde. Adicionalmente, a impressão de inflação mais resiliente no Reino Unido diminui o apetite por risco no exterior.

Agenda do dia (horário de Brasília):
•    Palestra do ministro da Fazenda, Fernando Haddad – 09h00min.
•    Palestra do presidente do Federal Reserve de Chicago, Austan Goolsbee – 10h40min.
•    Fluxo cambial semanal (BC) – 14h30min.
•    Ata de decisão de política monetária do FOMC (Federal Reserve) – 15h00min.
•    Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas (Fazenda) – 15h30min.

Pessimismo externo O dólar negociado no mercado interbancário operava em alta na manhã desta quarta-feira, quando era negociado ao redor de R$ 5,15 (10h30min), refletindo um ambiente externo mais avesso a ativos arriscados. Investidores repercutiram negativamente a divulgação de dados para a inflação do Reino Unido, que apresenta sinais de persistência inflacionária e reacendeu preocupações entre investidores de que os juros entre os principais Bancos Centrais globais, em particular os dos EUA, possam cair mais lentamente e menos que o antecipado. A alta acumulada em 12 meses do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) do Reino Unido recuou de 3,2% em março para 2,3% em abril, menos que o projetado por especialistas, cuja mediana das projeções indicava 2,1%. Já o crescimento acumulado em 12 meses do núcleo do indicador, que exclui os voláteis componentes de alimentação e energia, diminui de 4,2% para 3,9% no período, também abaixo da mediana das estimativas, que apontava para 3,6%. O aumento acumulado em 12 meses dos preços de serviços, por sua vez, baixou de 6,0% em março para apenas 5,9% em abril, acima da expectativa mediana de 5,5%. Os números sugerem a possibilidade de persistência inflacionária no país e acaba afetando o otimismo de investidores para a possibilidade de cortes de juros pelos principais Bancos Centrais globais, como Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia.

À espera da ata O evento mais importante do dia será a publicação da ata da última decisão de juros do FOMC, ocorrida no dia 01 de maio. Embora o documento possa estar desatualizado, visto que o encontro ocorreu antes da divulgação dos indicadores mais brandos para o mês de abril, como geração de empregos, vendas do varejo e inflação ao consumidor, ele pode trazer informações importantes para os investidores a respeito das discussões sobre quais as condições econômicas necessárias para justificar um corte na taxa federal de juros. Por isso, investidores aguardam sua divulgação a fim de calibrar expectativas para a trajetória da taxa de juros americana.

Dados fiscais no Brasil O real ainda pode ser afetado hoje pela divulgação do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas para o segundo bimestre. O relatório sucede a divulgação de ontem dos números de arrecadação do governo federal, que teve alta real de 8,26% em abril sobre o mesmo mês do ano passado e contribuiu para limitar o enfraquecimento do real. O desempenho neste documento influencia a avaliação dos investidores em relação ao equilíbrio das contas públicas, em um contexto de percepção mais elevada de riscos fiscais para ativos brasileiros e preocupações com a sustentabilidade da dívida pública após o governo federal reduzir as metas orçamentárias para os anos entre 2025 e 2027. Adicionalmente, as expectativas dos investidores para o desempenho das contas públicas podem também ser impactadas por falas de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, que possui agenda de palestras para esta quarta-feira.
 

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.
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