Cautela pré-feriado Em dia de vários indicadores para a economia brasileira, o dólar negociado no mercado interbancário operava em alta na manhã desta quarta-feira, quando era cotado ao redor de R$ 5,19 (10h25min), em função de uma cautela mais elevada tanto domesticamente como no exterior. Por aqui, embora sexta-feira seja dia útil com mercados abertos para operações, emendas de feriados costumam apresentar volume mais baixos de negócios. Como as sessões de quinta e sexta terão dados importantes para os EUA, como a segunda leitura para o Produto Interno Bruto do primeiro trimestre e o Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) de abril, alguns investidores podem antecipar suas posições para o pregão de hoje por conta do feriado prolongado.
Juros mais altos por mais tempo nos EUA As cotações de hoje ainda podem repercutir as falas de ontem de Neel Kashkari, presidente do Federal Reserve de Minneapolis, que expôs a necessidade de mais meses de dados menores de inflação para que se sentisse confiante em defender cortes de juros. Kahskari argumentou, também, que considera possível um cenário em que o Fed aumente os juros caso a inflação não continue arrefecendo. A postura do dirigente cautelosa ao abordar o tópico da política monetária americana aumentou a aversão ao risco dos agentes por sinalizar a possibilidade de que os juros continuem altos por mais tempo, fortalecendo o dólar. Por outro lado, vale ressaltar que o Kashkari não possui poder de voto no Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) este ano, embora participe das discussões.
Riscos fiscais no Brasil Contribui para a desvalorização do real, também, a divulgação de estatísticas fiscais para o setor público brasileiro, que registrou um superávit primário de R$ 6,688 bilhões em abril, abaixo da mediana das estimativas, de R$ 14,8 bilhões. Adicionalmente, a dívida bruta do governo se elevou de 75,7% em relação ao PIB em março para 76,0% em abril. Ambos acabam elevando receios sobre o equilíbrio das contas públicas e a sustentabilidade da dívida no país, o que pode resultar em maiores exigências de prêmios de riscos por investidores, diminuindo a entrada de capitais externos e enfraquecendo a moeda brasileira.