Câmbio abre a quinta em queda, cotado ao redor de R$ 5,42

Dólar reflete decisão unânime e mais firme do Copom

▼ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,42 (-0,5%)
▲ Dollar Index (DXY): ~105,5 pontos (+0,3%)

O mercado de divisas repercute a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de ontem, em que se encerrou o ciclo de cortes de juros para a Selic, de forma unânime, e ampliou os alertas sobre as repercussões dos riscos fiscais sobre a política monetária.

Agenda do dia (horário de Brasília):
•    Decisão de política monetária da Inglaterra (BoE) – 08h00min.
•    Pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA (DOL) – 09h30min.
•    Índice de atividade manufatureira de junho do Federal Reserve de Philadelphia – 09h30min.
•    Palestra do presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari – 09h45min.
•    Palestra do presidente do Federal Reserve de Richmond, Tom Barkin – 17h00min.
•    Palestra da presidente do Federal Reserve de São Francisco, Mary Daly – 23h15min.
 

Copom mais firme e unânime O dólar negociado no mercado interbancário operava em queda na manhã desta quinta-feira, cotado ao redor de R$ 5,42(10h37min), refletindo a decisão unânime de política monetária do Copom, divulgada ontem (19/06) após o término do pregão. Em meio a uma deterioração das expectativas de inflação, sobretudo por conta do aumento das percepções de riscos fiscais, o Comitê decidiu manter a taxa básica de juros inalterada em 10,50% a.a., interrompendo o ciclo de cortes de juros iniciado em agosto do ano passado e que diminuiu a Selic em 3,25 p.p. no período. Já havia certo consenso por parte dos investidores da manutenção da taxa para essa decisão, no entanto a maior incerteza estava na distribuição dos votos dos diretores. A possibilidade de uma divisão na votação preocupava os investidores, sobretudo em meio à pressão crescente do governo federal por um alinhamento da decisão com sua necessidade de estímulos à atividade econômica. O comunicado, entretanto, demonstrou unanimidade e firmeza entre os membros do Copom pelo compromisso com a estabilidade de preços, sinalizando que a taxa deve permanecer nesse patamar por mais tempo do que o inicialmente previsto, podendo se prolongar até pelo menos os primeiros meses de 2025. Cabe ressaltar que, no comunicado, o Comitê manteve seu balanço de riscos inalterado, idêntico desde a decisão de novembro. Nesse sentido, continuam ressaltados os fatores de risco inflacionário em ambas as direções. Isto é, dentre os riscos de alta para a inflação, cita a maior persistência das pressões inflacionárias globais e a resiliência da inflação de serviços devido a um hiato de produto mais apertado. Por outro lado, entre os riscos de baixa para a inflação, cita uma potencial desaceleração da atividade econômica global mais intensa que a prevista e efeitos mais fortes de um aperto monetário sincronizado pelas principais economias.

Auxílio desemprego estável nos EUA Vale mencionar, ainda, que os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA se mantiveram em um nível mais elevado em relação ao observado nos últimos meses, registrando 238 mil novas solicitações contra uma expectativa mediana de 235 mil. Adicionalmente, os pedidos da semana passada foram revisados para cima, de 242 mil para 243 mil novas solicitações do benefício. O dado reforça a percepção de investidores de que o mercado de trabalho americano começa a desacelerar lentamente sua demanda por trabalhadores, o que, por sua vez, pode reduzir o crescimento do rendimento dos trabalhadores e do consumo pessoal dos americanos, sugerindo menores pressões inflacionárias e aumentando apostas de que o Federal Reserve poderá cortar juros antes que o antecipado.

Pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA

Fonte: Federal Reserve Bank of St. Louis. Elaboração: StoneX.

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS

Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.