Câmbio termina quinta em alta, cotado a R$ 5,462
Dólar ignora Copom e encerra no valor mais alto desde julho de 2022
▲ Taxa de câmbio (USDBRL): R$ 5,462 (+0,4%)
▲ Dollar Index (DXY): 105,6 pontos (+0,4%)
O mercado de divisas repercutiu a mais uma sessão de aversão a ativos brasileiros, com críticas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anulando o alívio observado no começo das operações.
Variações | No dia: +0,39% | Na semana: +1,50% | No mês: +4,01% | No ano: +12,58% | Em 12 meses: +13,91% |
Copom mais firme e unânime Após abrir as operações em baixa, atingindo uma mínima intradiária de R$ 5,388 (-1,0%) nos primeiros minutos após a abertura, o dólar negociado no mercado interbancário passou a apresentar tendência de alta e encerrou a sessão cotado a R$ 5,462, maior valor de encerramento desde 22 de julho de 2022. Pela manhã, o humor dos investidores era positivo após a decisão unânime do Comitê de Política Monetária, divulgada ontem após o término do pregão. O Comitê decidiu manter a taxa básica de juros inalterada em 10,50% a.a., interrompendo o ciclo de cortes de juros iniciado em agosto do ano passado e que diminuiu a Selic em 3,25 p.p. no período. Essa decisão era largamente antecipada por investidores, porém ainda havia dúvida sobre a possibilidade de dissenso entre os diretores. O comunicado, entretanto, demonstrou unanimidade e firmeza entre os membros do Copom pelo compromisso com a estabilidade de preços, sinalizando que a taxa deve permanecer nesse patamar por mais tempo do que o inicialmente previsto, podendo se prolongar até pelo menos os primeiros meses de 2025.
Críticas de Lula revertem tendência Ao longo da manhã, contudo, a percepção de riscos mais elevados para ativos brasileiros por conta de uma credibilidade reduzida na condução das políticas fiscal e monetária voltou a se instalar, impulsionadas por críticas do presidente Lula à decisão. O presidente da República afirmou que a decisão foi “uma pena” e que o Banco Central optou por atender aos interesses de “especuladores” e do “mercado financeiro” em detrimento da população brasileira. Embora fossem mais leves quando comparadas aos comentários feitos por Lula na segunda-feira, as falas reacenderam a preocupação de que o governo federal não ajustará seu nível de despesas e que o Copom possa assumir uma postura mais tolerante com a estabilização inflacionária a partir de 2025, quando a maior parte de seus integrantes serão membros indicados pelo atual governo. Assim, a taxa de câmbio reverteu seus ganhos iniciais e emendou a sua quinta alta consecutiva.
Mercado de moedas
Fonte: StoneX cmdtyView. Elaboração: StoneX.
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