Câmbio começa sexta em alta, cotado ao redor de R$ 5,55

Dólar deve refletir Ptax de fim de mês, dados de emprego e contas públicas no Brasil e inflação nos EUA

▼ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,55 (+0,8%)
= Dollar Index (DXY): ~105,9 pontos (0,0%)

O movimento do último pregão do mês deve apresentar maior volatilidade nos horários utilizados pelo Banco Central (BC) para a formação da taxa Ptax de fim de mês, entre as 10h00min e as 13h10min. Adicionalmente, o mercado de divisas deve repercutir a divulgação do índice de preços PCE nos EUA, buscando ajustar expectativas para a trajetória dos juros americanos, além da divulgação de números para as contas públicas e mercado de trabalho no Brasil.

Agenda do dia (horário de Brasília):
•    Palestra do presidente do Federal Reserve de Richmond, Tom Barkin – 07h00min.
•    Entrevista do presidente da República, Luz Inácio Lula da Silva – 08h00min.
•    Estatísticas fiscais de maio (BC) – 08h30min.
•    Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua de maio (IBGE) – 09h00min.
•    Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE) de maio (BEA) – 09h30min.
•    Palestra do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto – 10h30min
•    Índice Gerente de Compras (PMI) de Chicago de junho (ISM) – 10h45min.
•    Confiança do consumidor de junho nos EUA (UMich) – 11h00min.
•    Palestra da membra do Conselho de Governadores do Federal Reserve, Michelle Bowman – 13h00min.
•    Palestra do diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo – 14h00min. 
•    Posição semanal dos agentes de mercado (CFTC) – 16h30
 

Taxa Ptax de fim de mês O dólar negociado no mercado interbancário apresentava tendência alta nas primeiras operações desta sexta-feira, quando era cotado ao redor de R$ 5,55 (10h30min.). O volume de negócios pode apresentar maior volatilidade dentro das janelas de horários utilizadas pelo BC para o cálculo da taxa Ptax de fim de mês, entre as 10h00min e as 13h10min. A taxa Ptax é uma referência divulgada diariamente pelo BC e seu valor de fim de mês é muito utilizado em contratos de câmbio e derivativos. Desta forma, os operadores do mercado intensificam suas operações durante estes intervalos, disputando a sua definição.

Pessimismo interno com dados fiscais e do mercado de trabalho A sexta-feira também é de grande movimentação doméstica, com a divulgação de importantes indicadores econômicos e falas que podem contribuir para a formação da expectativa dos agentes do mercado financeiro. O Banco Central (BC) divulgou hoje as estatísticas fiscais para o mês de maio, indicando um déficit primário em R$63,9 bilhões, ante expectativa mediana de -R$58 bilhões. O resultado eleva as preocupações quanto à capacidade do governo em atingir as metas estabelecidas para as contas públicas e contribui para o pessimismo dos investidores. A deterioração da saúde fiscal tem sido um dos principais responsáveis pela acentuada desvalorização do real nas últimas semanas, dado que contribui para o aumento das expectativas inflacionárias e das incertezas quanto ao cenário doméstico. Outro importante dado divulgado hoje foi a taxa de desemprego de maio, que caiu de 7,5% no trimestre terminado em abril para 7,1% em maio, abaixo da mediana das estimativas e a menor taxa registrada desde o trimestre terminado em janeiro de 2015. Adicionalmente, a pesquisa mostrou uma queda acumulada de 13% no número de desempregados este ano. O desempenho melhor que o esperado para o mercado de trabalho brasileiro levou a alertas pelo BC de que o crescimento da renda e do consumo resultem em uma maior persistência inflacionária, particularmente no setor de serviços à família. Por fim, diversas autoridades econômicas se pronunciam ao longo do dia, como o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o diretor de política monetária da instituição, Gabriel Galípolo, que, ultimamente, tem influenciado o mercado de divisas e podem contribuir com a maior volatilidade esperada para o dia.

PCE de maio estável No exterior, a divulgação do Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) de maio pouco afetou as cotações do dólar. O Índice veio em linha com a mediana das estimativas de analistas para o mês, estável (0,0%) para o indicador cheio e com alta de 0,1% no núcleo do índice, que exclui os voláteis componentes de alimentação e energia. O dado confirma a leitura de que o mês de maio foi mais brando em termos de desempenho econômico nos Estados Unidos e aumenta as expectativas de investidores de que possa ser o começo de uma sequência de dados favoráveis de inflação, que possam conferir “maior confiança” ao Federal Reserve de que os preços estão retornando sustentavelmente em direção à meta da autoridade, de 2% anuais, elevando as apostas para cortes na taxa básica de juros americana.

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS

Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.