Câmbio inicia a quarta em queda, cotado ao redor de R$ 5,60
Dólar deve refletir expectativa para juros americanos e reunião de Lula com equipe econômica
▼ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,60 (-1,0%)
▲ Dollar Index (DXY): ~105,4 pontos (+0,3%)
O mercado de divisas deve se manter à espera da reunião do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com os ministros da área econômica em busca de uma sinalização para medidas que possam aliviar a percepção de riscos no Brasil. Adicionalmente, investidores acompanham dados para economia americana.
Agenda do dia (horário de Brasília):
• Palestra do presidente do Federal Reserve de Nova Iorque, John Willians – 07h30min.
• Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) de maio (IBGE) – 09h00min.
• Abertura de vagas no setor privado nos EUA em junho (ADP) – 09h15min.
• Balança comercial nos EUA de maio (BEA) – 09h30min.
• PMI de serviços e composto do Brasil de junho (S&P Global) – 10h30min.
• PMI de serviços dos EUA de junho (ISM) – 11h00min.
• Fluxo cambial semanal (Banco Central) – 14h30min.
• Divulgação da ata de reunião de junho do FOMC – 15h00min.
• Reunião do presidente Lula com ministros da junta orçamentária – 16h30min
À espera de Brasília O dólar negociado no mercado interbancário apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta quarta-feira, quando era cotado ao redor de R$ 5,60 (10h35min), em um movimento de correção técnica e realização de lucros por conta das expectativas de investidores para um possível anúncio do governo federal de ações que possam aliviar o elevado pessimismo quanto à evolução das políticas econômicas brasileiras. Ontem, em meio à escalada persistente da taxa de câmbio, o presidente da República afirmou que teria reunião hoje debater ideias que possam reverter este cenário, ao passo que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que seriam apresentadas na reunião propostas para garantir o cumprimento do arcabouço fiscal até 2026. Assim, investidores se mantém em compasso de espera pela reunião de Lula com os ministros da Junta de Execução Orçamentária, Haddad, Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos) e Rui Costa (Casa Civil), às 16h30min, a fim de observar se haverá algum anúncio de medidas concretas que sugiram fortalecimento da autonomia do Banco Central ou de ajustes das contas públicas brasileiras.
Expectativas para juros americanos Enquanto isso, no exterior, os investidores aguardam a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Comitê Federal do Mercado Aberto (FOMC), realizada no dia 12 de junho e que manteve mais uma vez inalterada a taxa básica de juros americana. A expectativa para o documento é uma leitura cautelosa dos dirigentes Federal Reserve quanto ao contexto inflacionário americano, sinalizando a necessidade de sinais mais claros do arrefecimento dos preços para que o Comitê inicie um processo de cortes de juros. À época, nem mesmo os dados mais fracos do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de maio, divulgados no dia da reunião, foram suficientes para incentivar qualquer alteração na postura do Federal Reserve. Adicionalmente, foram divulgados hoje outros indicadores que podem auxiliar na construção de um cenário mais claro de estabilização de preços. A Variação de Empregos Privados Não-Agrícolas (ADP) de junho foi divulgada com a criação de 150 mil empregos, abaixo da mediana das estimativas de 163 mil novos cargos. Seguindo a mesma tendência, o número de pedidos semanais de auxílio-desemprego também veio acima da mediana das estimativas, com a divulgação de 238 mil pedidos ante expectativa de 234 mil. Esses indicadores, ao sinalizarem uma normalização do mercado de trabalho nos Estados Unidos podem influenciar na elevação das apostas para cortes de juros nos EUA, desvalorizando o dólar internacionalmente.
Pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA
Fonte: Federal Reserve Bank of St. Louis. Elaboração: StoneX.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.
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