Câmbio começa a quarta em queda, cotado ao redor de R$ 5,39

Dólar deve refletir IPCA de junho e falas de Powell

▼ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,39 (-0,3%)
▼ Dollar Index (DXY): ~105,1 pontos (-0,1%)

O mercado de divisas deve repercutir a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho, em meio a um contexto de expectativas inflacionárias mais elevadas para o Brasil. Adicionalmente, investidores acompanham novo depoimento do Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, após seus comentários de ontem reforçarem as perspectivas de cortes de juros em setembro.
 

Agenda do dia (horário de Brasília):
•    Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) de junho (IBGE) – 09h00min
•    Índice de Commodities Brasil (IC-Br) de junho (Banco Central) – 14h30min
•    Fluxo Cambial semanal (Banco Central) – 14h30min
•    Depoimento do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell - 11h00min
•    Palestra do presidente do Federal Reserve de Chicago, Austan Goolsbe – 14h00min
•    Palestra da membra do Conselho de Governadores do Federal Reserve, Michelle Bowman– 14h00min
•    Palestra da membra do Conselho de Governadores do Federal Reserve, Lisa Cook– 20h30min
 

IPCA benigno em junho O dólar negociado no mercado interbancário apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta quarta-feira, quando era cotado ao redor de R$ 5,39 (10h35min), refletindo a leitura bastante favorável do IPCA de junho, que aumentou em 0,21% no mês, abaixo do crescimento de 0,46% de maio e da estimativa mediana de 0,32%. O índice foi puxado pela alta de 0,44% dos preços de alimentação e bebidas e de 0,54% dos preços de saúde e cuidados pessoais, enquanto o núcleo do indicador, que exclui os voláteis componentes de alimentação e energia, cresceu em 0,15% e os preços de serviços, em apenas 0,05%. Nos últimos dois meses, inseguranças dos agentes financeiros em relação à conduta das políticas fiscal e monetária brasileiras levaram a um aumento das expectativas inflacionárias e forçaram o BC a adotar uma postura mais restritiva para “reancorar” as expectativas. Após uma sinalização mais firme de compromisso com o arcabouço fiscal pelo governo federal, na semana passada, e com esta leitura mais favorável do IPCA, é provável que se reduzam as preocupações de investidores sobre um possível descolamento do IPCA em relação à meta de 3% anuais buscada pelo Banco Central, contribuindo para um fortalecimento da divisa brasileira.

Discurso de Jerome Powell Acontece hoje mais um depoimento do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, dessa vez perante a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. Assim como em sua fala de ontem, o seu discurso deve sinalizar novamente uma diminuição dos temores inflacionários americanos e de maior segurança no atingimento das metas de inflação para este ano. Apesar de permanecer em tom de cautela quanto à condução da política monetária do Fed daqui em diante, o discurso de ontem divergiu um pouco dos ouvidos recentemente pela maioria dos dirigentes da instituição e contribuiu com apostas sobre um início mais próximo do ciclo de afrouxamento monetário no país. Diante de indicadores mais brandos de atividade econômica, Powell sugeriu que os Estados Unidos "não são mais uma economia superaquecida", com um mercado de trabalho que esfriou em relação aos extremos da era da pandemia. Com o maior equilíbrio da economia, nesse sentido, o dirigente ainda mencionou o risco do foco excessivo na inflação em detrimento do mercado de trabalho. Nesse sentido, as falas devem contribuir para um enfraquecimento global do dólar, ao reduzir as perspectivas de juros americanos.
 

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS

Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.