Câmbio encerra a quinta em alta, cotado a R$ 5,442
Dólar reflete CPI americano, correção técnica e intervenção no iene
▲ Taxa de câmbio (USDBRL): R$ 5,442 (+0,5%)
▼ Dollar Index (DXY): 104,5 pontos (-0,5%)
O mercado de divisas repercutiu, inicialmente, a leitura abaixo do esperado para o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) americano de junho, porém inverteu seu sentido após o iene se valorizar rapidamente ante ao dólar, em uma possível intervenção de suas autoridades, impulsionado por um movimento de realização de lucros de investidores.
Variações | No dia: +0,53% | Na semana: -0,38% | No mês: -2,66% | No ano: +12,17% | Em 12 meses: +11,93% |
CPI benigno enfraquece o dólar O dólar negociado no mercado interbancário abriu as operações desta quinta-feira em queda, por conta de uma leitura bastante favorável para o CPI americano de junho, que passou de 0,0% em maio para -0,1% em junho, a primeira deflação mensal desde junho de 2020 (-0,1%) e abaixo da estimativa mediana de +0,1%. Já o núcleo do indicador, que exclui os voláteis componentes de alimentação e energia, passou de 0,2% para 0,1% nesse intervalo, abaixo da projeção mediana de 0,2% e a menor variação mensal desde setembro de 2021 (0,1%). Esta leitura reduz as preocupações de investidores quanto à possibilidade de persistência inflacionária nos EUA e deve contribuir para que o Federal Reserve (Fed) eleve seu nível de confiança na estabilização de preços no país, reforçando as apostas dos investidores para um corte no mês de setembro. Isto, por sua vez, reduz a perspectiva de rentabilidade para títulos denominados em dólar e contribuiu para o enfraquecimento da divisa frente a maior parte das moedas globais.
Realização de lucros e intervenção do iene Após atingir a mínima intradiária de R$ 5,3705 logo após as 09h30min, o real passou a apagar seus ganhos frente ao dólar, em um provável movimento de realização de lucros pelos investidores em função da valorização expressiva acumulada pela moeda desde terça-feira passada. Esse movimento foi reforçado pela rápida valorização do iene ao redor do mesmo horário, chegando a subir mais de 2% contra a moeda americana. Como o iene costuma ser usado por operadores do mercado financeiro como moeda de “funding” para operações de “carry trade” (ou carrego), a rápida valorização da moeda reduziu os rendimentos dessas operações e forçou os agentes a desfazerem suas operações e venderem reais. Ou seja, é comum entre investidores tomar recursos no sistema financeiro japonês, com baixo nível de juros, e converter em reais para aplicação no nosso sistema financeiro, de juros mais elevados. Com a desmontagem das posições, houve venda elevada de reais para saldar os financiamentos japoneses originais, enfraquecendo a moeda brasileira.
Mercado de moedas
Fonte: StoneX cmdtyView. Elaboração: StoneX.
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