Câmbio abre a sexta em alta, cotado ao redor de R$ 5,45
Dólar deve refletir PPI americano e balança comercial chinesa
▼ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,45 (+0,2%)
▼ Dollar Index (DXY): ~104,2 pontos (-0,3%)
O mercado de divisas deve repercutir a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (PPI) americano de junho, após a leitura inflacionária benigna para o CPI ontem fortalecer expectativas de cortes de juros nos país. Adicionalmente, investidores repercutem o desempenho abaixo do esperado das importações chinesas sobre preços de commodities.
Agenda do dia (horário de Brasília):
• Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de maio (IBGE) – 09h00min.
• Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) Regional de maio (IBGE) – 09h00min.
• Palestra do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad – 09h30min.
• Índice de Preços ao Produtor (PPI) de junho nos EUA (BLS) – 09h30min.
• Relatório de Estimativas de O&D Agrícola Mundial de julho (USDA) – 13h00min.
• Posição semanal dos agentes de mercado (CFTC) – 16h30min.
PPI mais elevado nos EUA Após abrir o dia em baixa, o dólar negociado no mercado interbancário inverteu sua tendência para alta nas primeiras operações desta sexta-feira, quando era cotado ao redor de R$ 5,45 (10h30min).Ontem, a moeda americana se enfraqueceu globalmente após uma leitura abaixo do estimado para o CPI de junho americano, que reduziu as preocupações de investidores quanto à possibilidade de persistência inflacionária nos EUA e aumentou as apostas dos investidores para um corte de juros pelo Federal Reserve no mês de setembro. Por outro lado, o PPI de hoje veio mais forte que o esperado, revisando o crescimento do mês de maio de -0,2% para 0,0% no índice cheio e de 0,0% para 0,3% em seu núcleo, que exclui os voláteis componentes de alimentação e energia, ao passo que o índice cheio aumentou 0,2% em junho, ante estimativa mediana de 0,1%, e o núcleo subiu 0,4%, ante expectativa mediana de 0,2%. Entre informações conflitantes para os preços ao consumidor e os preços ao produtor, investidores devem dar peso maior para a leitura benigna do CPI, visto que as preocupações do Federal Reserve para a moderação inflacionária no país estão mais relacionadas ao setor de serviços, melhor representado no CPI. Ainda assim, o dado deve diminuir um pouco as apostas para cortes de juros pelo Fed, ao adicionar alguma incerteza sobre a conjuntura americana para o mês de junho.
Intervenção no iene? Ontem, o real foi uma das poucas moedas a enfraquecer ante o dólar, prejudicado por uma rápida valorização do iene, que subiu quase 3% ante a moeda americana, em uma provável intervenção das autoridades do país (que não comentaram o fato). Hoje, o iene valorizou mais uma vez de maneira rápida ao redor das 10h00min, ganhando 0,6% ante o dólar, gerando novas suspeitas de intervenção do governo japonês no nível de sua moeda. Como o iene costuma ser usado por operadores do mercado financeiro como moeda de “funding” para operações de “carry trade” (ou carrego), uma rápida valorização da moeda reduz os rendimentos dessas transações e pode forçar os agentes a desfazerem suas operações e venderem reais. Ou seja, é comum entre investidores tomar recursos no sistema financeiro japonês, com baixo nível de juros, e converter em reais para aplicação no nosso sistema financeiro, de juros mais elevados. Com a desmontagem das posições, há venda elevada de reais para saldar os financiamentos japoneses originais, enfraquecendo a moeda brasileira.
Balança comercial chinesa com dados mistos A divulgação da balança comercial chinesa para o mês de junho pode adicionalmente contribuir para a percepção de risco dos investidores ao revelarem um cenário econômico misto. Por um lado, as exportações anuais da China cresceram 8,6% em junho, superando a mediana das estimativas de um aumento de 8% e registrando o ritmo mais rápido em 15 meses. Esse resultado positivo é atribuído principalmente ao setor industrial de alta tecnologia, com destaque para a ampliação das vendas de carros elétricos, inteligência artificial, chips e baterias. Por outro lado, as importações anuais chinesas diminuíram, caindo 2,3% em comparação com a mediana das estimativas de aumento de 2,8%, refletindo a fragilidade do consumo doméstico. Este desempenho aquém do esperado corrobora a percepção de uma demanda interna desaquecida, gerando preocupações entre os investidores quanto ao crescimento econômico do país. Uma desaceleração da demanda chinesa pode reduzir as expectativas para demanda por commodities pelo país, influenciando uma baixa para os preços desses produtos e prejudicando o desempenho de moedas de países exportadores de produtos primários, como o real.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.
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