Panorama Semanal de Câmbio

Panorama de câmbio: principais eventos da semana

 
Leonel Oliveira Mattos
Lucca Bezzon
Vitor Andrioli
Dólar deve refletir IBC-Br, dados econômicos para EUA e China e decisão de juros do BCE
  • Fatores baixistas
  • Previsão de leve queda para o IBC-Br de maio pode ajudar na estabilização das expectativas inflacionárias para o país e contribuir na recuperação dos ativos brasileiros.
  • Dados mais brandos para o varejo americano podem aumentar levemente as apostas de investidores para cortes de juros pelo Federal Reserve, contribuindo para o enfraquecimento do dólar.
  • Postura cautelosa do BCE em sua decisão de juros pode contribuir para preservar uma perspectiva mais estável para o diferencial de juros do continente e ajudar em um fortalecimento do euro, enfraquecendo indiretamente o dólar.
  • Fatores altistas
  • Dados mais fracos para a economia chinesa podem reforçar percepção de desaceleração da demanda interna no país e prejudicar o desempenho de ativos arriscados, como commodities e moedas de países exportadores de produtos primários, como o real.

Resumo da semana passada

A semana foi marcada por um enfraquecimento global da moeda americana, após dados mais baixos que o esperado para a inflação ao consumidor no país impulsionarem apostas de cortes de juros pelo Federal Reserve. No Brasil, apesar de um IPCA bastante favorável, realizações de lucros e uma interferência inesperada do iene limitaram os ganhos do real.

O dólar negociado no mercado interbancário terminou a semana em queda, encerrando a sessão desta sexta-feira (12) cotado a R$ 5,431, recuo semanal de 0,6% e mensal de 2,9%, porém alta anual de 11,9%. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 104,1 pontos, variação de -0,7% na semana, -1,7% no mês e de +2,7% no ano.

Dólar comercial (US$/R$) e Dollar Index (pontos)

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Fonte: StoneX cmdtyView. Elaboração: StoneX.

 

O MAIS IMPORTANTE: IBC-Br de maio

Impacto esperado no USDBRL: baixista

Em meio a um alívio parcial nas percepções de riscos fiscais no Brasil, investidores devem repercutir a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de maio, tido como uma “prévia” do Produto Interno Bruto. Na semana passada, o desempenho acima do esperado para serviços e vendas do varejo em maio pressionaram a curva de juros brasileira ao dar sobrevida a receios de que a inflação no país possa ser mais persistente que o antecipado. Ainda assim, a mediana das projeções para o IBC-Br é de recuo de 0,1%, o que, se confirmado, deve diminuir tais receios e ajudar na recuperação do desempenho dos ativos brasileiros.

 

Vendas do varejo americano

Impacto esperado no USDBRL: baixista

Após dados mais brandos para o mercado de trabalho e para a inflação ao consumidor em junho, a mediana das expectativas de analistas para as vendas do varejo americano em junho é de estabilidade (0,0%), em função de um recuo nas vendas de alguns componentes voláteis, como automóveis e combustíveis. Adicionalmente, alguns dados de alta frequência sugerem que as finanças de parte dos consumidores americanos estão passando por dificuldades, o que pode limitar a capacidade de consumo e prejudicar o varejo.

 

Dados econômicos para a China

Impacto esperado no USDBRL: altista

Nos últimos meses, os indicadores econômicos reforçaram a percepção de analistas de que a demanda interna no país segue enfraquecendo e que será um desafio atingir a meta de crescimento de 5% deste ano sem a adoção de novos estímulos econômicos pelo governo. Nem mesmo o desempenho mais forte que o antecipado das exportações chinesas, impulsionadas por segmentos industriais ligados a tecnologias de veículos elétricos e inteligência artificial, como baterias e processadores (chips), deve ser suficiente para sustentar o crescimento econômico do país. Por isso, a mediana das estimativas para o PIB da China aponta para uma desaceleração de 1,6% no primeiro trimestre para 1,1% no segundo. Da mesma forma, projeta-se que as vendas do varejo no país devem recuar de 3,7% anuais em maio para 3,4% em junho e que a produção industrial caia de 5,6% anuais para 5,0% no mesmo período.

É digno de nota, também, que a reunião do Comitê Central do Partido Comunista Chinês ocorre nesta semana, entre 15 e 18 de julho, onde serão apresentadas as grandes diretrizes econômicas para o desenvolvimento do país para os próximos cinco anos. Apesar da leitura de que mais estímulos são necessários no curto prazo, as medidas que costumam ser anunciadas nessa reunião, que ocorre a cada cinco anos, normalmente se referem a grandes planos de longo prazo, ao invés de endereçar desafios imediatos.

 

Decisão de política monetária do BCE

Impacto esperado no USDBRL: baixista

Após reduzi-la em 0,25 p.p. na sua última decisão, há elevado consenso de que o Banco Central Europeu (BCE) deve manter a sua taxa básica de juros inalterada em 3,75% a.a., ao passo que a maior parte dos analistas antecipa mais um corte de mesma magnitude para a decisão seguinte, em setembro. Por isso, a atenção dos investidores estará voltada para qualquer sinalização para as reuniões futuras do BCE, seja no comunicado ou na entrevista coletiva após a decisão, que deve apontar para uma conduta paciente e cautelosa e reforçar a percepção de que os cortes devam ocorrer a cada duas reuniões.

 

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TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS

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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.
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