Câmbio abre a quarta em alta, cotado ao redor de R$ 5,44
Dólar deve refletir contexto político brasileiro, mercado acionário americano e inflação na Europa
▼ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,42 (-0,4%)
= Dollar Index (DXY): ~104,5 pontos (+0,2%)
A taxa de câmbio da moeda brasileira operava em alta de 0,2% logo na abertura desta quarta-feira (17), negociada a R$ 5,44. As cotações repercutiam o cenário externo, com os principais mercados acionários ao redor do mundo operando no negativo após a divulgação de dados da inflação na zona do euro e no Reino Unido, e em linha com as ações de semicondutores na Ásia e nos Estados Unidos. Os ruídos fiscais também contribuíam para o fortalecimento da moeda americana durante a abertura, repercutindo a entrevista do presidente Lula à TV Record, que foi marcada por comentários contraditórios a respeito do compromisso do governo com o equilíbrio das contas públicas.
Agenda do dia (horário de Brasília):
• Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de julho (FGV) - 08h00min.
• Indicador do Comércio Exterior (Icomex) de junho - 08h00min.
• Palestra do presidente do Federal Reserve de Richmond, Thomas Barkin - 10h00min.
• Produção Industrial dos EUA em junho (Federal Reserve) - 10h15min.
• Palestra do membro do conselho de governadores do Federal Reserve, Christopher Waller - 10h35hmin.
• Fluxo cambial semanal (Banco Central) - 14h30min.
• Índice de Atividade Econômica Regional (IBC-Br) (Banco Central) - 14h30min.
• Livro Bege (Federal Reserve) - 15h00min.
Entrevista de Lula Após causar ruídos no mercado durante a tarde da terça-feira (16), ajudando a levar as cotações do par real/dólar às suas máximas intradiárias de R$ 4,46, a entrevista concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à TV Record voltou a ter efeitos sobre as cotações da taxa de câmbio nesta manhã. Veiculadas na noite de ontem, as falas de Lula reforçaram as incertezas quanto ao comprometimento do Executivo com as metas fiscais. Questionado sobre a projeção de contingenciamento entre R$ 15 e R$ 20 bilhões do Orçamento para o cumprimento do arcabouço fiscal, o presidente afirmou que precisará “estar convencido se há a necessidade ou não de cortar”, e de que tem uma “divergência de conceito com o pessoal de mercado” no que se entende por gasto. Apesar de demonstrar ceticismo com a necessidade de cortar despesas, Lula afirmou que será feito “o que for necessário para cumprir o arcabouço fiscal” e que responsabilidade com “estabilidade política, jurídica, fiscal, econômica e social” é algo que traz do “berço”.
Fora de contexto O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as falas de Lula foram descontextualizadas, contribuindo para as especulações sobre a situação fiscal brasileira. Sobre o trecho divulgado na terça-feira, em que Lula diz: “esse país não tem nenhum problema se é déficit zero, se é déficit 0,1%, se é déficit 0,2%”, o ministro afirmou que Lula se referia à banda de resultado primário prevista no arcabouço fiscal. Perguntado sobre a possibilidade de alterações nas metas fiscais de 2024 e 2025, Haddad não respondeu.
Reoneração da folha Alinhado ao governo, o Senado adiou nesta terça a votação do projeto de lei sobre a desoneração da folha de pagamentos de 17 ramos da atividade econômica – que estão entre os que mais empregam – e de pequenos municípios, permitindo mais tempo para que o assunto seja resolvido na esfera política. Esse ajuste de prazos foi seguido pelo ministro Edson Fachin do Supremo Tribunal Federal (STF), que estendeu até 11 de setembro o prazo para que Executivo e Legislativo cheguem a um acordo sobre o tema. O Senado propõe a reoneração gradual da folha até 2027 e a adoção de medidas compensatórias para a arrecadação em 2024, entre elas (i) repatriação de recursos de brasileiros no exterior, mediante pagamento de Imposto de Renda; (ii) refinanciamento (Refis) de multas aplicadas por agências reguladoras; e (iii) utilização de recursos em contas judiciais abandonadas.
Desvalorização do dólar No contexto externo, nesta manhã, o índice DXY (Dólar Índex) opera em baixa, impulsionado principalmente pela retração nos mercados acionários americanos e pelos dados mais altos de inflação no Reino Unido e na zona do euro, que favorecem o fortalecimento da libra esterlina e da moeda única europeia. Nos Estados Unidos, ações de empresas de tecnologia sofrem duras perdas, levando a uma desvalorização de 1,44% na Nasdaq, enquanto o S&P 500 recua 0,96% (09h53min). A queda nas ações é resultado de declarações do candidato à presidência, Donald Trump, que questionaram a posição geopolítica do país em relação à defesa militar de Taiwan. O país asiático é o maior produtor global de semicondutores, sendo um fornecedor crucial para empresas como Nvidia e Apple. Na Europa, dados mais altos de inflação na Inglaterra, seguindo a tendência dos países europeus nos últimos dias, devem diminuir as apostas para um afrouxamento monetário mais rápido nesses países e tendem a valorizar suas moedas no mercado de divisas.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.
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