Câmbio encerra em forte alta, cotado a R$ 5,589
Riscos fiscais e exterior penalizaram o par real/dólar
▲ Taxa de câmbio (USDBRL): R$ 5,589 (+1,9%)
▲ Dollar Index (DXY): 104,21 pontos (+0,5%)
Pelo segundo pregão consecutivo, a moeda brasileira registrou forte desvalorização em meio ao cenário externo menos favorável a ativos de economias emergentes e à percepção acentuada de riscos fiscais no mercado doméstico. No fechamento desta quinta-feira (18), o par real-dólar era negociado a R$ 5,589, em alta diária de 1,9%. O patamar atual corresponde à maior cotação do dólar comercial desde 2 de julho, e a um avanço semanal de 2,9%.
Variações | No dia: +1,90% | Na semana: +2,91% | No mês: -0,03% | No ano: +15,20% | Em 12 meses: +16,22% |
Crise de confiança fiscal O real brasileiro continuou a ser penalizado pela percepção elevada de risco fiscal no mercado doméstico. A equipe econômica e de articulação política do governo tem tido dificuldade e desfazer o dano causado pela entrevista concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à TV Record na terça-feira (16). No mesmo dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou à imprensa que as afirmações de Lula foram tiradas de contexto, e que o governo continua comprometido com o arcabouço fiscal. Ontem, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, reafirmou o “compromisso fiscal inegociável” do presidente e relembrou as declarações de Lula após sua última reunião com a Junta de Execução Orçamentária (JEO), na qual disse aos ministros que deveriam fazer o que fosse necessário para cumprir o arcabouço fiscal. Nesta quinta, foi a vez da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, tentar transmitir confiança de que o Executivo continua empenhado em promover o equilíbrio das contas públicas. "Nós temos um compromisso com o país, por determinação do presidente e da equipe econômica, de não gastar mais do que arrecada", afirmou Tebet ao programa "Bom dia, ministra", do CanalGov. Apesar do esforço conjunto dos ministros para desfazer a impressão de que o governo manterá uma postura fiscal mais expansionista após a entrevista de Lula, a mensagem tem sido recebida com ceticismo pelo mercado.
Dólar avança no exterior O dólar também se valorizou no exterior nesta quinta-feira, auxiliado pela decisão do Banco Central Europeu de manter o atual nível da taxa de juros, que pressionou as cotações do euro, e pela divulgação de dados do mercado de trabalho e da manufatura dos Estados Unidos. Apesar de os novos pedidos de seguro-desemprego terem avançado acima do esperado, alcançando 243 mil solicitações na semana encerrada em 13 de julho, o que poderia ser interpretado como mais um sinal de enfraquecimento do mercado de trabalho, a alta não foi considerada suficientemente intensa pelos analistas e não se distanciou muito do padrão sazonal. Já o Índice da Manufatura do Fed da Filadélfia mostrou que a indústria da região do Médio Atlântico se expandiu acima do esperado na passagem de junho para julho, alcançando seu ritmo mais acelerado desde abril. O indicador foi favorecido pelo componente de novos pedidos, que alcançaram seu melhor resultado em mais de um ano, e pelo subíndice de confiança dos gerentes industriais para os próximos seis meses, que registrou sua máxima em três anos. O repique do setor manufatureiro na região atenua a perspectiva de desaquecimento generalizada da economia americana, condição aguardada pelo Federal Reserve para a adoção de uma política monetária menos contracionista.
Mercado de moedas
Fonte: StoneX cmdtyView. Elaboração: StoneX.
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